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Pacto nuclear com EUA corre risco, diz parlamentar russo
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CHRISTIAN LOWE
DA REUTERS, EM MARRAKECH
Um tratado nuclear de armas entre a Rússia e os Estados Unidos poderá entrar em colapso a menos que Washington o ratifique antes que as eleições do mês que vem mudem a composição do Senado norte-americano, disse um parlamentar russo.
A assinatura do tratado Start em abril foi um passo na direção da meta do presidente dos EUA, Barack Obama, de restabelecer relações com o Kremlin. Seu fracasso seria um grande revés para a agenda de política externa da Casa Branca.
O tratado não entra em vigor até que tenha sido ratificado pelos Congressos dos dois países. Konstantin Kosachyov, presidente do comitê de Assuntos Internacionais da Câmara dos Deputados russa, disse que agora isso se tornou incerto.
O aliado do Kremlin disse que ainda tinha esperanças de que o Senado ratifique o tratado na sessão que se inicia depois das eleições parlamentares de 2 de novembro, antes que os novos senadores tomem posse.
"Se, por qualquer motivo --político, técnico-- isso não acontecer, então creio que o acordo terá problemas do ponto de vista da ratificação, problemas bem grandes", disse Kosachyov.
O acordo visa o corte de arsenais nucleares estratégicos dos antigos inimigos da Guerra Fria em 30% ao longo de sete anos, mas os países ainda terão arsenal suficiente para destruir um ao outro. O tratado precedente ao Start expirou em dezembro do ano passado.
'NA PIOR DAS HIPÓTESES'
Kosachyov disse que, se os republicanos conquistarem muitas cadeiras no Senado dos EUA nas eleições de novembro, como sugerem as pesquisas de opinião, não será possível conseguir os três terços dos votos necessários para aprovar o tratado.
"Muitos [senadores republicanos] são em princípio contra fazer qualquer acordo com a Rússia. Nesse caso, teremos que começar do zero. Isso, na pior das hipóteses. Totalmente terrível. Por enquanto, não quero acreditar nisso", disse ele.
"Por enquanto, estou decepcionado com o que está acontecendo, mas estou otimista, porque há muito boas chances de que seja ratificado na próxima sessão [do Senado]", disse Kosachyov.
Mas ele disse: "Se o tratado entrar em colapso por causa de considerações de política interna dos EUA, será muito ruim."
Alguns senadores republicanos disseram que estão apreensivos com as limitações que o tratado poderá impor às defesas de mísseis dos EUA, e alguns querem que Obama prometa gastar mais na modernização das armas nucleares que restarem.
O presidente russo, Dmitry Medvedev, também enviou o tratado ao Parlamento, mas orientou os congressistas a não o ratificaram entes que o Senado dos EUA o aprove.
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