Bento 16 diz que papa acusado de omissão por judeus deu "testemunho luminoso"

O papa Bento 16 afirmou nesta terça-feira que seu antecessor Pio 12 (1939-1958), que é acusado pela comunidade judaica de ter sido omisso diante da morte de milhões de judeus no Holocausto, foi responsável por um "testemunho luminoso".

A mensagem foi enviada em um telegrama do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, endereçada ao Vigário para a Diocese de Roma, cardeal Agostino Vallini, em ocasião de um evento acerca do então líder da igreja e seus laços com a capital italiana, onde nasceu.

"Informado da convenção (...) sobre o venerável Pio 12, Bento 16 dirige uma auspiciosa saudação e, enquanto exprime satisfação pela iniciativa que considera particularmente luminosa, testemunha o papa [Eugenio] Pacelli [o papa Pio 12] e sua relação com a cidade de Roma, invoca a celeste proteção da beata Virgem Maria", apontou o texto.

A controvérsia entre a Igreja Católica e os judeus sobre Pio 12 foi intensificada em dezembro de 2009, quando o chefe de Estado do Vaticano assinou um documento que atesta as "virtudes heroicas" do pontífice --um passo essencial em direção à sua beatificação.

Face às condenações da comunidade judaica, representantes da Santa Sé defenderam a figura de Pacelli. Em abril, Bento 16 afirmou que o falecido papa foi um "pai de todos" e "presidiu a caridade em Roma e no mundo, sobretudo no tempo difícil do segundo conflito mundial [1939-1945]".