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30/10/2010 - 13h18

Reencontros de coreanos continuarão, apesar de troca de tiros

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DA REUTERS, EM SEUL

Cem sul-coreanos idosos cruzaram uma fronteira fortemente armada e intensamente vigiada para chegar à Coreia do Norte, no sábado, a fim de se reunir com parentes que não viam desde a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, apesar das tensões nos dois lados.

Os encontros emocionados aconteceram horas após as Coreias rivais terem trocado tiros ao longo de sua zona desmilitarizada fortemente armada. O incidente não levou, no entanto, a uma confrontação.

"Finalmente, eu a encontrei," disse a sul-coreana de 96 anos Kim Hae-jung à sua filha, Woo Jeong-hae, que vive no Norte. "Eu nunca me esqueci de você em toda a minha vida e finalmente estou vendo você. Eu só a vi nos meus sonhos."

Os encontros, que também contarão mais à frente com cem norte-coreanos que buscam familiares que vivem no Sul, serão realizados ao longo de sete dias e indicam uma trégua entre os rivais após um navio da Marinha sul-coreana ter sido afundado em março.

Guardas armados trocaram tiros ao longo da zona desmilitarizada, uma das fronteiras mais fortemente armadas do mundo, na sexta-feira, duas semanas antes de os líderes das 20 principais economias mundiais se encontrarem para uma cúpula na capital da Coreia do Sul, cerca de 100 quilômetros ao sul de Seul.

Não ficou claro o motivo da troca de disparos, que envolveu um total de apenas cinco tiros, mas a Coreia do Norte tem realizado provocações semelhantes que visam a coincidir com eventos internacionais de alto nível que estão sendo realizados no país vizinho.

As reuniões oferecem o que poderá ser a última chance para coreanos em seus últimos anos de vida reencontrarem parentes, irmãos e familiares que não vêem há anos.

A maior parte dos coreanos que têm a chance de participar de tais encontros decidem não questionar a política por trás do evento, apesar de a Coreia do Norte ter escolhido o tempo e a frequência das reuniões anteriores, dependendo do estado de suas relações com o governo do Sul.

Os reencontros, que estão sendo realizados pela primeira vez em mais de um ano, tiveram início em 2000, como um símbolo da reaproximação entre os dois países, após reuniões entre os líderes das duas nações rivais que levaram a medidas conciliatórias.

O naufrágio da corveta da Coreia do Sul Cheonan, em março, que matou 46 marinheiros, continua a ser um grande obstáculo para a melhora de laços. E o governo sul-coreano diz que não irá retomar negociações com o Norte até que os norte-coreanos reconheçam seu papel no ataque.

A Coreia do Norte nega qualquer envolvimento.

Nas últimas décadas, mais de 20 mil sul-coreanos se reuniram brevemente com seus familiares, mas o tempo está escasseando para muitos dos 80 mil que ainda aguardam suas oportunidades de reencontrar parentes há muito não vistos.

Para alguns, os reencontros vieram tarde demais, somente a tempo de encontrar familiares ainda vivos e ouvi-los dizer que aqueles que eles haviam visto somente em sonhos durante 60 anos não estavam mais vivos.

 

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