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Análise: Voto legislativo nos EUA espelha aprovação do presidente, que reflete economia
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LUCIANA COELHO
EM BOSTON
As eleições legislativas de meio de mandato nos EUA têm relação direta com o índice de aprovação do presidente, cuja popularidade, por sua vez, reflete os índice econômicos --sobretudo desemprego.
Historicamente, é a economia o foco do eleitor. Exceções aparecem só no auge de guerras (a do Iraque sustentou George W. Bush em 2004 e puniu os republicanos em 2006, quando a opinião pública virou) e após megaescândalos (como a de 1974, após Watergate).
Não que a parcela do eleitorado americano que muda de lado seja significativa. A divisão entre os chamados eleitores independentes não costuma criar abismos entre os partidos, embora a atual crise econômica, a pior em 80 anos, possa mudar essa premissa.
Mas a falta de dinheiro no bolso influi diretamente sobre os ânimos dos eleitores e sua disposição de ir às urnas (o voto nos EUA não é obrigatório, e eleições legislativas têm em média um índice de comparecimento 15 pontos menor do que as presidenciais).
O trabalho maior dos candidatos é, portanto, de motivação e não de convencimento --especialmente para os governistas, hoje na berlinda embora a crise preceda sua eleição.
O Gallup mostra que a aprovação de Obama está em 46%. Ainda segundo o instituto, quase 1 em cada 5 americanos (18%) está sem trabalho ou subempregado (o índice oficial de desemprego é de 10%).
E, nas pesquisas de opinião, são os democratas que nesta eleição se sentem mais desalentados --o que deve culminar em uma derrota para o partido na Câmara e, talvez, na perda da maioria no Senado, diz Peter Hart, um veterano analista de campanhas.
Seu instituto, o Hart Research Associates, aferiu em setembro que 66% dos republicanos estão interessados no pleito, contra 52% dos democratas e 51% dos independentes (nos EUA o eleitor opta por um dos três ao se registrar). No instituto Pew, são 64% a 49%.
"Esta é uma recessão causada pelos preços das casas e pela perda de empregos. E os democratas passaram um ano falando sobre sistema de saúde", disse à Folha Elaine Kamarck, professora da Universidade Harvard que trabalhou no governo de Bill Clinton (1993-2001). "Eles perderam o público aí."
Dados do Gallup contrapostos com resultados eleitorais por Karmack mostram que a perda de assentos pelo partido governista é maior quando a avaliação do presidente é pior.
Já a série de pesquisas feitas pela CBS e o "New York Times" indica que a avaliação de Obama atinge picos de baixa junto com a percepção dos eleitores de que seu governo conduz mal a economia.
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