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Democratas torcem por distorções nas pesquisas de intenção de voto
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ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Soterrados em previsões de derrotas nas urnas nas eleições para o Congresso, democratas se agarram na esperança de que as crescentes dificuldades de precisão das pesquisas estejam dando peso irreal à vantagem republicana.
Há dois motivos principais para isso: a relativa imprevisibilidade do comparecimento às urnas e as crescentes dificuldades de trabalhar com amostras corretas por causa da tendência de uso de telefones celulares em vez de linhas fixas.
Como o voto nos EUA não é obrigatório e o comparecimento médio em eleições de meio de mandato presidencial é de apenas 40%, os institutos de pesquisa se esforçam para diferenciar eleitores registrados de eleitores prováveis.
Os entrevistados nos levantamentos respondem a perguntas sobre se são registrados, se planejam votar, se votaram em eleições passados e o quanto estão interessados nas disputas atuais. Os resultados divulgados em geral consideram apenas os respondentes que pesquisadores acreditam que vão comparecer realmente às urnas, principalmente nos levantamentos feitos depois de setembro.
Mas tal previsão é sempre uma estimativa. Vários fatores imprevisíveis afetam o comparecimento, da previsão do tempo a esforços de última hora dos partidos para tirar os americanos de casa.
Além disso, o comparecimento costuma ser maior entre o eleitorado mais velho, mais educado e de renda mais alta --grupo que, nas últimas décadas, pendia mais para o Partido Republicano.
O segundo problema, talvez ainda mais grave, é a forma de chegar ao eleitorado. Cada vez mais americanos estão abandonando as linhas telefônicas fixas e usando apenas celulares --hoje 25% das casas usa exclusivamente a telefonia móvel, e esse coorte tem demografia específica que pode levar a desvios.
Os americanos que usam apenas o celular costumam ser mais jovens, parte de minorias e de menor renda, grupos que pendem para os democratas.
Um estudo do instituto Pew mostra que pesquisas que não consideram esse grupo registram apoio significativamente maior para republicanos --em média, seis a sete pontos a mais do que as que ligam para celulares.
"Leitores dessas pesquisas simplesmente têm de ter fé nas experiências de ajuste das amostras nos resultados finais", disse Michael Dimock, um dos diretores de pesquisa do Pew.
Muitos pesquisadores ainda usam só números fixos, caso da maioria dos levantamentos estaduais e em distritos e os feitos com gravações, que são proibidos por lei de ligar para celulares.
Os grandes institutos tentam incluir amostras de celulares e depois usam modelos matemáticos para dar o peso correto ao resultado.
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