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03/11/2010 - 12h03

Análise: Republicanos podem ameaçar política externa do presidente americano

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DA FRANCE PRESSE

Após a importante vitória nas eleições legislativas, os republicanos ficaram em posição de questionar as grandes linhas da política externa do presidente Barack Obama, especialmente no Oriente Médio, China, Afeganistão e sobre o controle das armas nucleares.

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Com os eleitores concentrados em temas econômicos domésticos, a crise internacional e os nove anos de guerra no Afeganistão passaram quase despercebidos na campanha eleitoral.

Mas com a maioria conquistada na Câmara dos Representantes (deputados), os republicanos poderão utilizar sua nova plataforma para atacar os pontos fracos de Obama na área de segurança nacional, acusando o presidente de ser brando com a China ou ambivalente com Israel, segundo os analistas.

J. Scott Applewhite/AP
O republicano John Boehner, provável novo presidente da Câmara dos Representantes, fala após vitória nas eleições
O republicano John Boehner, provável novo presidente da Câmara dos Representantes, fala após vitória nas eleições

"O Congresso sempre dá o tom em muitos destes temas", afirma Steven Clemons, analista da New America Foundation. "A atmosfera se tornará muito combativa. Vão começar a protestar por tudo o que está fazendo e impor obstáculos a tudo o que pretenda fazer", explica o analista.

Como presidente, Obama continua, no entanto, com muito poder na política externa, e os republicanos não terão condições de impor um bloqueio da agenda internacional.

"Em nosso sistema, a política externa é fundamentalmente território do Executivo. Isto não vai mudar", garante um alto funcionário do governo.

Mas os republicanos podem representar uma dor de cabeça na aprovação de resoluções, assim como nas nomeações de diplomatas e comandantes militares. Também podem convocar audiências legislativas ou investigações. "Vai ser um caos", antecipa Clemons.

Diante da crescente ansiedade da opinião pública com o poder econômico da China e do ressurgimento do nacionalismo econômico --tanto de esquerda como de direita--, os congressistas provavelmente vão "transmitir a necessidade de exercer maior pressão sobre a China em questões comerciais e monetárias", opina Stephen Flanagan, do Center for Strategic and International Studies.

ORIENTE MÉDIO

Sobre a diplomacia do Oriente Médio, analistas acreditam que Obama provavelmente terá mais dificuldades para convencer Israel a suspender a colonização na Cisjordânia após o triunfo dos republicanos nas urnas.

Israel goza de um importante respaldo no Congresso e os legisladores republicanos já acusaram Obama de prejudicar um aliado vital com a exigência de um congelamento das colonizações.

Os republicanos também devem renovar as críticas à Casa Branca sobre o Irã, com manifestações de impaciência ante os esforços para evitar que Teerã produza armamento nuclear.

Sobre o Afeganistão, Obama certamente será alvo de ataque dos republicanos, que contestarão suas tentativas de negociar um acordo de paz que inclua um papel para o Taleban na mesa de negociações.

"Todo o processo vai ser muito criticado", opinou Clemons, mas é certo que em muitos casos até agora os republicanos têm sido um respaldo mais sólido da guerra que os aliados democratas de Obama.

O respaldo republicano ao esforço de guerra certamente será mantido, apesar dos protestos iniciais contra a retirada das tropas planejada para julho de 2011, considerou Thomas Donnelly, do American Enterprise Institute.

A onda republicana também pode afetar o tratado nuclear entre EUA e Rússia, a não ser que o Senado consiga aprová-lo no fim da atual legislatura.

TEA PARTY

A nova maioria republicana terá que lidar com a emergência da nova ala conservadora do Tea Party, cujos pontos de vista na área de política externa continuam sendo uma grande dúvida. Alguns membros questionam a tradição republicana de promover os EUA como uma superpotência global.

Muitos no Tea Party defendem um isolamento que implica uma hostilidade aberta a qualquer tipo de acordo ou tratado multilateral, assim como um grande ceticismo sobre a ajuda ao desenvolvimento e à diplomacia em geral.

 

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