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04/11/2010 - 11h43

Bush admite em suas memórias que aprovou a "tortura do submarino"

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DA FRANCE PRESSE

O ex-presidente americano George W. Bush (2001-2009) afirma em seu livro de memórias que deu pessoalmente autorização para que os agentes da CIA (agência de inteligência americana) utilizassem a técnica de tortura conhecida como "submarino" com o cérebro dos ataques de 11 de Setembro, Khalid Sheikh Mohammed, informa o jornal "Washington Post" nesta quinta-feira.

'Com toda certeza', disse Bush quando indagado pela CIA se eles podiam empregar a controversa técnica que simula o afogamento do interrogado, destaca o jornal, citando uma pessoa que teve acesso ao livro do ex-presidente.

O livro de memórias de Bush, 'Decision Points', será lançado na próxima semana.

Bush teria afirmado ainda que acreditava que Mohammed possuía informações vitais sobre planos terroristas contra os EUA e que tomaria de novo a decisão de autorizar a tortura se isso significasse salvar a vida de americanos.

A CIA empregou a técnica com Mohammed e pelo menos outros dois presos em 2003, incluindo Abu Zubaydah, o primeiro membro de alto escalão da Al Qaeda preso pelas autoridades americanas.

Depois de assumir o governo, o sucessor de Bush, presidente Barack Obama, e seu secretário da Justiça, Eric Holder, descreveram o "submarino" como um ato de tortura.

Na edição de ontem (3), o "New York Times" afirmou que Bush também admite no livro que teve atritos com seu polêmico vice-presidente, Dick Cheney. Segundo o jornal, que obteve uma cópia do livro, Bush defende suas decisões e antecipa que a história o julgará menos severamente dos que os eleitores.

Ao falar de seu controverso vice-presidente, Bush disse que durante semanas considerou a proposta de Cheney de sair da chapa eleitoral para a reeleição em 2004.

'Considerei a oferta', disse Bush, segundo o "Times". 'Enquanto Dick nos ajudou com boa parte da nossa base eleitoral, também havia se tornado um peso por causa das críticas da mídia e da esquerda.'

'Viam-no como um ser obscuro e sem alma', acrescentou. Mas, finalmente, Bush considerou que Cheney 'me ajuda a fazer meu trabalho' e decidiu mantê-lo outros quatro anos na Casa Branca.

O ex-presidente republicano considera justificada a invasão ao Iraque, afirmando que o povo daquele país 'está melhor agora, com um governo que o atende, e que não tortura e assassina'.

Admitiu ter se 'sentido mal' ao tomar conhecimento da não existência de armas de destruição em massa no Iraque, alegação usada para justificar a invasão americana.

 

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