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Tropas do Marrocos invadem acampamento de manifestantes no Saara
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
As tropas do Marrocos invadiram nesta segunda-feira um acampamento montado por manifestantes em Saara Ocidental, cenário do maior protesto antigoverno em ao menos três décadas no disputado território.
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Uma região rica em minérios, Saara Ocidental era colônia espanhola e foi anexada pelo Marrocos em 1975. Há décadas, a Frente Polisario protesta por um referendo pela independência do território e a criação da República Árabe Saaraui Democrática. Marrocos aceita apenas a autonomia.
Youssef Boudlal/Reuters | ||
Mulheres fazem fila para coletar água no acampamento de manifestantes pró-independência em Saara Ocidental |
A agência oficial de notícias marroquina disse que as forças de segurança do país prenderam "elementos ameaçadores" no acampamento nos arredores de Laayoune, mas não precisaram quantos. A MAP relata ainda confrontos armados e ao menos cem feridos.
A ação aconteceu horas antes da retomada do diálogo informal entre governo e representantes do território, em Nova York, mediado pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Segundo a agência de notícias Reuters, o governo obteve uma ordem judicial para desmantelar o acampamento, já que alguns ativistas estavam forçando as pessoas a permanecer contra sua vontade.
Uma fonte das forças de segurança falou, em condição de anonimato, que poucos ficaram feridos e que o acampamento foi desmontado.
Já um dos ativistas afirma que muitos foram feridos e que as tropas usaram cassetetes e gás lacrimogêneo. "A situação é muito tensa. Eles atacaram as pessoas dentro do acampamento, mulheres, crianças e idosos. Nós nos defendemos jogando pedras".
DISPUTA
O Saara Ocidental é um território desértico e pouco povoado, do tamanho da Inglaterra e cenário de uma das mais antigas disputas territórios na África. A região é rica em reservas de fosfatos, usados para fabricar fertilizante, além de uma costa boa para pesca.
A Frente Polisario defendia uma guerra contra as forças do Marrocos até um cessar-fogo, em 1991, apoiado pela ONU. Desde então, várias rodadas de diálogo fracassaram em obter um acordo.
Segundo estimativas da Reuters, que enviou um repórter ao acampamento, havia cerca de 20 mil pessoas em cerca de 8 mil tendas no local. Mas o oficial das forças de segurança estimou um número bem menor.
O protesto, que já acontece há cerca de um mês, inclui ainda pedidos por mais empregos e melhores serviços às autoridades marroquinas.
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