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08/11/2010 - 22h51

Calderón promete que no México nunca haverá "mordaças nem censuras"

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DA EFE, EM MÉRIDA

O presidente mexicano, Felipe Calderón, prometeu nesta segunda-feira à Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) que no México "nunca haverá nem mordaças nem censuras para se fazer jornalismo".

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Na inauguração oficial da 66ª Assembleia Geral da organização, realizada na cidade mexicana de Mérida, Calderón assegurou que a grande ameaça contra a liberdade de imprensa é o crime organizado.

"A delinquência é o maior risco para o exercício do jornalismo que deve contar com um entorno de liberdade e segurança", disse Calderón perante uma centena de proprietários dos principais jornais da América Latina.

O governante assegurou que não há pessoas livres sem liberdade de imprensa, que considerou um "direito inalienável" para a cidadania.

Após assegurar que no México os poderes públicos impunham uma censura no passado, assinalou que atualmente no país "ninguém é perseguido por razões ideológicas e é permitido criticar abertamente o governo."

"Nenhuma nação pode permanecer alheia aos ataques à imprensa", disse Calderón, que pediu que os três poderes do Estado trabalhem coordenadamente para garantir a liberdade de expressão.

CRIME

O presidente mexicano considerou que é um "dever" do Estado esclarecer os casos de ataques a jornalistas no México, onde morreram 65 comunicadores desde o ano 2000, o que o transforma no país mais perigoso para exercer esta profissão.

Para Calderón, o crime é o inimigo comum dos que apreciam a liberdade. "O crime é o inimigo da imprensa e não o Governo", asseverou.

Lembrou que durante seu mandato foram abolidos do código penal os delitos de calúnia e difamação, foi criada uma procuradoria especial para crimes contra a liberdade de expressão e foi acordado iniciar um mecanismo para a proteção dos jornalistas.

Este mecanismo inclui reformas legais e um pacote de "práticas ideais do exercício da profissão".

Além disso, considerou fundamental a iniciativa que estuda passar para o âmbito federal os delitos contra a imprensa que atualmente recaem na justiça estadual.

SEGURANÇA

Calderón se comprometeu a "usar toda a força" do Estado para derrotar os que ameaçarem a liberdade de expressão.

No entanto, reconheceu que a "reconquista" da segurança pública não será tarefa fácil nem rápida, se mostrou convencido de que será uma batalha que o México "irá ganhar para se transformar na grande nação que pretende ser".

Além disso, pediu a união de todo os jornalistas já que "perante um inimigo comum o país necessita do apoio da imprensa para alcançar melhores resultados na luta contra a delinquência".

Admitiu, além disso, que o crime organizado tem sua própria estratégia de comunicação, por isso reivindicou aos meios que "não façam seu jogo", mostrem a realidade e ponham em perspectiva os grandes esforços do México em sua luta contra os criminosos.

Reconheceu também a infiltração da delinquência na política mexicana, mas assegurou que seu governo será implacável e não aceitará a relação entre política e bandidos.

ESCRAVIDÃO

Por sua parte, o presidente da SIP, Alejandro Aguirre, assegurou no ato que uma sociedade que sofre a violência, como é o caso do México, "não é livre, mas escrava dos assassinos".

"Não é possível trabalhar com a autocensura do medo, não se pode permitir que organizações criminosas controlem a informação e que digam o que é notícia", disse o presidente da SIP.

Aguirre pediu que a proteção à liberdade de expressão seja incluída na agenda dos líderes da região porque as ameaças que a imprensa enfrenta são "um câncer que espalha dor em todos os cantos do mundo".

 

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