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18/11/2010 - 08h08

Na Argentina, canal pró-Casa Rosada obtém mais verba de publicidade

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GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

As parlamentares opositoras que acusam o governo argentino de tentar comprar votos na Câmara dos Deputados para aprovar o Orçamento de 2011 disseram ontem que o suposto esquema de suborno foi comandado pelos dois ministros mais fortes do gabinete da presidente Cristina Kirchner.

Em depoimento à Comissão de Assuntos Constitucionais da Câmara, três parlamentares formalizaram as denúncias que já haviam feito na semana passada e citaram os nomes do chefe de gabinete de Cristina, Aníbal Fernandez, e do ministro do Planejamento, Julio de Vido.

Segundo a deputada Elisa Carrió, ambos telefonaram para opositores durante a sessão parlamentar ocorrida há oito dias para pressioná-los a não votar e, assim, permitir a aprovação do projeto orçamentário do governo.

O Orçamento transformou-se numa guerra política por causa das discordâncias sobre a estimativa de arrecadação do Executivo.

A oposição acusa o governo de ter subestimado a inflação e o crescimento da economia para que sobrem US$ 20 bilhões para gastos livres.

Mesmo com minoria no Congresso, o governo resistiu em alterar o projeto, partiu para o tudo ou nada e foi derrotado por 117 a 112.

Antes da votação, porém, 12 deputados opositores "desapareceram e apagaram os celulares", segundo Carrió.

Mais 15 deputados dizem ter sido assediados por ministros ou aliados.

Entre eles estão Elsa Alvarez e Cynthia Hotton -esta, ligada ao vice-presidente e maior líder da oposição, Julio Cobos. As duas depuseram ontem na Câmara.

Hotton disse que a deputada governista Patrícia Fadel ofereceu ajuda em projetos, contratos e "muito mais" caso ela abandonasse a sessão.

Já Alvarez afirmou que recebeu quatro ligações, sendo duas do secretário pessoal de Julio de Vido.

A sessão foi tensa. A presidente da comissão, a oposicionista Graciela Camaño, deu um soco no governista Carlos Kunkel.

Ontem, o governo tentou votar o mesmo projeto de Orçamento, sem sucesso.

Em resposta, os líderes do governo afirmam que têm direito de conversar com a oposição, mas negam oferta.

Aníbal Fernandez disse na semana passada que não entrou em contato com nenhum deputado opositor.

Já o ministro Julio de Vido afirmou que não falou com nenhum opositor durante a sessão e que as declarações são "lamentáveis".

 

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