Médico cubano desertor consegue visto de permanência no Chile

O governo chileno concedeu visto de permanência temporário a um dos três médicos cubanos que desertaram da comitiva enviada ao Chile em março, após um terremoto em 27 de fevereiro, informou hoje a imprensa local.

O beneficiado é o ortopedista e traumatologista Joel Hernández, que pensa em solicitar residência permanente no Chile, onde já iniciou uma relação afetiva.

Outro dos médicos, Argelio Santana, também tenta conseguir um visto de permanência temporária, para depois buscar o definitivo, segundo o noticiário local.

"Jamais utilizarei minha pátria para justificar minha decisão, eu continuarei sendo cubano, e queria que não me vissem como um inimigo ou um traidor à pátria", afirmou Santana em uma mensagem destinada a Dagoberto Hernández, da entidade Solidariedade com Cuba.

O grupo iniciou suas atividades em 2 de março passado com dois hospitais de campanha e sua permanência, inicialmente, seria de três meses.

Contudo, mediações do ministério da Saúde e a boa disposição cubana fizeram com que o prazo fosse estendido a seis meses. Nesse período, foram realizadas mais de 3 mil cirurgias e 80 mil pessoas foram atendidas.

O abandono da delegação foi anunciada ontem no Chile. Ao comentar o assunto, a embaixador de Cuba no país sul-americano, Ileana Díaz-Argüelles, destacou o resultado das atividades e afirmou que a decisão dos trabalhadores tratava-se de uma "questão pessoal", sem relação com a nação cubana.