E-mails revelam suposta corrupção no governo argentino

Milhares de e-mails obtidos pela Justiça argentina e divulgados pela imprensa local revelaram detalhes de supostos esquemas de corrupção montados por ex-funcionários do governo da presidente Cristina Kirchner.

O material evidencia o superfaturamento de contratos e o pagamento de propinas a pessoas ligadas à Secretaria de Transporte no período em que a pasta era administrada por Ricardo Jaime, processado por enriquecimento ilícito e investigado em uma dezena de casos de corrupção.

Jaime foi apontado em 2003 pelo então presidente Néstor Kirchner e continuou administrando um dos maiores orçamentos do governo com Cristina. Em julho de 2009, ele foi afastado. Cerca de 26 mil e-mails foram encontrados por peritos da Justiça em 11 computadores do braço direito de Jaime na época, Manuel Vázquez.

Em uma das negociações, Vázquez supostamente comprou um jato de US$ 4 milhões para Jaime com dinheiro de três empresários que haviam sido beneficiados com contratos públicos.

A Justiça também investiga a origem de um iate, avaliado em US$ 1 milhão e hoje atracado no litoral do Rio de Janeiro. O patrimônio declarado de Jaime, porém, não passava de US$ 25 mil quando ele deixou o governo.

Outro caso investigado é o suposto superfaturamento na compra de 20 aviões da Embraer pela estatal Aerolíneas. Até agora, não foi divulgado nenhum e-mail que citasse a empresa brasileira.

Os advogados de Jaime pediram que a Justiça desconsidere as mensagens, alegando falhas na coleta e no manuseio dos dados.