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Israel apresenta plano habitacional perto de Jerusalém Oriental
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ORI LEWIS
DA REUTERS, EM JERUSALÉM
Israel anunciou nesta quarta-feira planos para a construção de novas casas em uma parte da Cisjordânia anexada ao município de Jerusalém, o que deve dificultar ainda mais a retomada do processo de paz com os palestinos.
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A construção de 625 casas na localidade de Pisgat Zeev, que fica ao lado de Jerusalém Oriental, a parte árabe da cidade, foi aprovada na semana passada pelo Ministério do Interior, cerca de dois anos depois de a proposta ter sido apresentada, segundo a Rádio Israel.
A decisão provavelmente atrapalhará os esforços dos EUA pela retomada do processo de paz no Oriente Médio, que foi relançado em 2 de setembro, mas paralisado semanas depois, devido à recusa israelense em prorrogar a moratória na construção de casas para colonos judeus na Cisjordânia.
Israel insiste que as áreas urbanas anexadas a Israel depois da conquista de 1967 nunca estiveram incluídas nessa moratória. Mas a anexação de partes da Cisjordânia ao território israelense nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.
O governo israelense vê Pisgat Zeev, fundada há 25 anos, como um 'bairro' judaico, com cerca de 50 mil habitantes.
Mas, apesar da insistência israelense em dizer que a moratória nas obras não incluía Jerusalém, projetos habitacionais dentro da cidade disputada foram discretamente arquivados nos últimos meses, atendendo à pressão dos EUA.
A entidade israelense de direitos humanos Peace Now, que monitora as construções em assentamentos judaicos, estima que os colonos tenham em seu poder 13 mil alvarás de construção em toda a Cisjordânia, emitidos antes que o governo declarasse a moratória de dez meses, um ano atrás.
O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu declarou a moratória para atrair os palestinos para as negociações diretas, mas acabou cedendo à pressão de aliados políticos seus, ligados aos colonos, para que a moratória não fosse renovada.
Israel afirma que a questão dos assentamentos judaicos deveria ser resolvida em meio às discussões sobre as futuras fronteiras, e não como uma pré-condição para as negociações.
Os palestinos argumentam que a ampliação dos assentamentos lhes priva das condições para estabelecer um Estado viável, com território contíguo.
Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de seu eventual Estado, enquanto Israel afirma que Jerusalém é a sua capital 'eterna e indivisível'. Cerca de 500 mil judeus vivem na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, em meio a 2,5 milhões de palestinos.
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