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Israel luta para conter maior incêndio de sua história; dois suspeitos foram presos
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo israelense revelou a estimativa de uma semana para conseguir conter o maior incêndio florestal de sua história, horas depois de ter anunciado a prisão de dois suspeitos de terem iniciado o fogo.
Em entrevista coletiva no centro de operações em Haifa, no norte do país, os bombeiros indicaram que ainda há focos ativos em seis áreas.
O fogo causou 42 mortes e obrigou 17 mil israelenses a deixarem suas casas, segundo dados da polícia. Além disso, três pessoas estão em desaparecidas e outras 17 estão feridas, três delas com gravidade.
O fogo arrasou 5.000 hectares com 5 milhões de árvores, segundo dados divulgados pelo Fundo Nacional Judeu.
A investigação inicial aponta para um caso de negligência na queima de resíduos.
Dois irmãos do povoado druso de Usfiya foram presos neste sábado por este motivo, embora --segundo um canal de televisão israelense-- tenham o álibi de estarem na escola no momento do incêndio e a polícia não tenha provas materiais conclusivas contra eles.
RETORNO
No entanto, a polícia deu permissão para que várias pessoas que foram retiradas da região retornem a suas casas, entre elas os moradores de Denia, o único bairro de Haifa (a terceira maior cidade de Israel) que tinha sido desalojado.
'Somos cuidadosos com o emprego da palavra "controle", mas estamos vendo algum enfraquecimento do fogo', assinalou o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld.
Como aconteceu nesta sexta-feira, a aparente melhora pode facilmente regredir durante a madrugada devido à impossibilidade dos aviões de controle de incêndio de operar à noite e às constantes mudanças de vento, que complicam o trabalho de extinção do fogo.
O porta-voz assinalou que as chamas podem ser controladas nas próximas 24 ou 48 horas, em função dos fenômenos meteorológicos.
Na madrugada do sábado, o fogo alcançou o moshav (uma fazenda coletiva similar a um kibutz) Nir Etzion, além de Ein Hod, um conhecido povoado de artistas e a reserva natural Hai-Bar.
As localidades tinham sido esvaziadas na quinta-feira, no primeiro dia do incêndio, mas alguns residentes retornaram a suas moradias e, por isso, neste sábado os bombeiros tiveram que tirar sete pessoas de uma casa em chamas, informou a emissora de rádio militar do país.
AJUDA EXTERNA
Israel teve que recorrer à ajuda internacional para combater o fogo porque não dispunha dos meios para fazê-lo sozinho. Em entrevista coletiva concedida nesta tarde no centro de operações em Haifa, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu rebateu as críticas à falta de preparo do país com o argumento que não conhece 'nenhum Estado que tenha acabado com um fogo assim sem ajuda externa'.
Seu governo alugou um Boeing 747 convertido em avião de controle de incêndios que pode transportar 76 mil litros de água (16 vezes a mais do que aeronaves de combate a chamas normais) para operar à noite e que deve aterrissar em Israel na madrugada deste domingo, explicou.
Dez aviões enviados pelo Chipre, Turquia, Rússia (um hidroavião com capacidade para 42 mil litros) e França e cinco helicópteros do Chipre e Reino Unido trabalharam durante o dia com dez aparatos israelenses na extinção do fogo, cujas causas ainda são desconhecidas.
Além disso, são esperados até o domingo oito aviões da Espanha, Estados Unidos e Alemanha, aos quais se unirão outros da Suíça, Itália, Noruega, Croácia e Holanda, explicou Netanyahu, que falou a respeito com cerca de 30 líderes mundiais.
'Esta batalha se vence no ar', disse Netanyahu, antes de ressaltar que 'o povo de Israel está unido e os povos do mundo trabalham junto ao povo de Israel', o que 'não é algo pequeno'.
RARA CONVERSA COM ABBAS
Netanyahu falou neste sábado por telefone com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, que lhe transmitiu os pêsames pelas vítimas e ofereceu ajuda em uma conversa 'muito boa e muito calorosa', segundo definiu o primeiro-ministro durante a entrevista.
A reunião dominical do conselho de ministros em Jerusalém será realizada em Tirat Carmel, uma cidade situada na região do incêndio que tinha sido esvaziada e que foi liberada para o retorno de seus habitantes.
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