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China bloqueia sites da imprensa estrangeira antes de entrega do Nobel
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Os sites de vários meios de comunicação estrangeiros estavam bloqueados nesta quinta-feira na China, véspera da entrega simbólica em Oslo do Nobel da Paz ao dissidente chinês detido Liu Xiaobo, um prêmio que revoltou Pequim.
A France Presse não conseguiu acessar as páginas da BBC, CNN ou da rede de televisão norueguesa NRK, uma situação que lembra o que aconteceu há dois meses, quando o prêmio foi anunciado.
Em 8 de outubro, o anúncio da atribuição do Nobel da Paz a Liu Xiaobo foi censurado na CNN, BBC e no site do canal francês TV5.
"O povo chinês e a esmagadora maioria das pessoas no mundo são contrárias ao que faz o Comitê Nobel", afirmou nesta quinta-feira a porta-voz da diplomacia chinesa, Jiang Yu.
Antiga figura do movimento de defesa da democracia da Praça da Paz Celestial em 1989, Liu Xiaobo, 54, foi condenado em 2009 a 11 anos de prisão por "subversão". Ele foi um dos autores da "Carta 2008", texto que defende a democratização da China.
BOICOTE
Segundo a comissão do Nobel, a China realizou uma campanha sem precedentes para afastar os embaixadores da cerimônia de gala para Liu, que está cumprindo uma pena de 11 anos na prisão por seu ativismo em defesa dos direitos humanos e da democracia na China.
A China enviou cartas para ministérios de Relações Exteriores e embaixadas pedindo que os diplomatas fiquem longe da cerimônia e alertou sobre "consequências" para aqueles que apoiarem um ativista pró-democracia.
O governo chinês também suspendeu negociações comerciais com a Noruega.
Além da China, outro 18 países não irão à premiação: Rússia, Cazaquistão, Colômbia, Tunísia, Arábia Saudita, Paquistão, Sérvia, Iraque, Irã, Vietnã, Afeganistão, Venezuela, Filipinas, Egito, Sudão, Ucrânia, Cuba e Marrocos.
O governo chinês também anunciou que irá entregar nesta quinta-feira seu próprio "prêmio da paz", o Confúcio da Paz. O título será entregue a Lien Chan, ex-vice-presidente de Taiwan.
O recém-criado Prêmio Confúcio, cujo nome alude ao antigo filósofo chinês recentemente "alistado" pelo Partido Comunista, foi sugerido em um artigo publicado há três semanas no popular tabloide "Global Times".
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