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26/12/2010 - 21h41

Oposição convoca greve geral na Costa do Marfim para forçar saída de Laurent Gbagbo

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Após pressão da ONU, dos EUA e de países da África Ocidental, oposicionistas da Costa do Marfim decidiram convocar uma greve geral para a segunda-feira (27) como uma tentativa desesperada para forçar a saída do líder Laurent Gbagbo do poder, derrotado nas últimas eleições mas que há quase um mês se recusa a deixar o poder.

Djedje Mady, chefe do comitê político de Ouatarra, disse que convocava a "todos os marfinenses e aqueles que vivem na Costa do Marfim e acreditam na paz e na justiça para interromperem suas atividades na segunda-feira, dia 27 de dezembro de 2010, até que Laurent Gbagbo deixe o poder".

A medida chega um dia depois de uma reunião de emergência das nações que integram a Comunidade Econômica dos Países da África Ocidental (CEDEAO, ou ECOWAS, na sigla em inglês) ter alertado que pode enviar tropas à Costa do Marfim para destituir Gbagbo à força.

Na terça-feira, três presidentes africanos visitarão Abidjã em uma última tentativa de convencer Gbagbo, de 65 anos, a ceder o poder a Alassane Ouattara, que venceu as eleições de 28 de novembro. Caso isto não aconteça, o próximo passo das potências regionais pode ser uma ação militar.

NEGAÇÕES

Criticando as informações divulgadas pela ONU (Organização das Nações Unidas) --que dão conta de ao menos 173 mortos pelos confrontos no país desde o início do impasse político-- o ministro do Interior marfinense, Emile Guirieoulou disse que falta objetividade nos números.

"O governo da Costa do Marfim denuncia a falta de objetividade e equilíbrio nos procedimentos conduzidos pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU", afirmou, acrescentando que ao menos 36 vítimas eram policiais ou tropas de segurança "atingidos por tiros vindos dos manifestantes".

Guirieoulou também disse que os mais de 14 mil marfinenses que no momento aguardam o status de refugiados na Libéria, após deixarem o país, estão fugindo da violência dos que apoiam o oposicionista Ouatarra, e não das forças de segurança de Gbagbo.

Mais cedo Gbagbo chamou a ameaça das nações da CEDEAO de "delinquência política" e reiterou que qualquer tentativa de derrubá-lo provocará uma guerra civil, arruinando a economia regional.

"COMPLÔ OCIDENTAL"

Ahoua Don Mello, porta-voz do regime, classificou a ameaça da CEDEAO de recorrer à força para tirar Gbagbo do poder como "um complô ocidental coordenado pela França", e disse que se esta intenção for concretizada, não se responsabiliza pela segurança dos milhões de imigrantes regionais que vivem na Costa do Marfim.

Mello afirmou "não acreditar de forma alguma" em uma intervenção militar na Costa do Marfim, justamente por haver milhões de cidadãos de outros países da África ocidental trabalhando nas lavouras de cacau do país.

"A Costa do Marfim é um país de imigrantes", argumentou. "Todos estes países têm cidadãos na Costa do Marfim, e eles sabem que se nos atacarem o conflito se tornará uma guerra interna".

"Será que a Burkina Fasso está pronta para receber de volta os três milhões de habitantes que migraram para a Costa do Marfim?", indagou.

"O povo da Costa do Marfim irá se mobilizar. Isso aumenta nosso patriotismo. Isso fortalece nossa fé no nacionalismo marfinense", indicou Mello, que ocupa a pasta de Infraestrutura e Saneamento no governo de Gbagbo.

"Estamos sempre abertos ao diálogo, mas dentro do respeito rígido às leis e regras da República da Costa do Marfim", acrescentou.

 

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