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31/12/2010 - 08h24

Mais de 500 policiais mexicanas arriscam a vida diariamente na Ciudad Juárez

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LUIS CHAPARRO
DE CIUDAD JUARÉZ, NO MÉXICO

Mais de 500 mexicanas arriscam a vida diariamente como agentes da Polícia Municipal de Ciudad Juárez, a cidade mais violenta do México, onde o narcotráfico chama a atenção dos policiais, muitos deles assassinados durante operações.

Perante uma saída em massa dos homens, a presença das mulheres segue crescendo nas corporações policiais em Ciudad Juárez e em municípios do Estado de Chihuahua, que faz fronteira com os Estados Unidos.

Paty (o nome foi mudado para preservar o anonimato) mãe de duas crianças e oficial da Secretaria de Segurança Pública Municipal, disse à Agência Efe que gosta do seu trabalho apesar dos policiais estarem na mira do tráfico.

"Tenho um pouco de medo, mas gosto do que faço. Faço patrulhas há dois anos, foi quando começou a onda de violência, e ainda não penso em retirar-me. Todo dia, meus dois filhos pedem para que eu seja cuidadosa, mas nunca se opuseram", expressou.

A cidade de fronteira com a americana El Paso, no estado do Texas, tem 1.630 homens e 540 mulheres policiais distribuídos em seis distritos, que dia a dia patrulham as ruas de uma cidade que registrou mais de 3,1 mil assassinatos em 2010.

Os policiais em Ciudad Juárez estiveram na mira do narcotráfico desde janeiro de 2008 quando apareceu uma lista de oficiais que supostamente seriam assassinados.

Em 2010, cerca de 70 oficiais da Polícia Municipal da Ciudad Juárez, entre elas mulheres, foram assassinados a tiros por ordem dos narcotraficantes.

No dia 8 de dezembro um comando armado assassinou uma policial que depois descobriram que estava grávida de três meses. No ataque morreram outros dois agentes.

Paty disse nesta quinta-feira à Efe que ficou abalada com o episódio já que esteve em serviço durante uma gravidez.

"Fiquei muito chateada com essa história porque quando eu estive grávida ainda patrulhava", disse.

Em outro incidente trágico, Tania Carranza González, de 28 anos, foi assassinada a tiros no dia 23 de novembro quando parou com seu automóvel no semáforo.

SEM POLÍCIA

Nesta quinta-feira passada Erika Gándara, a única policial do povoado de Guadalupe (vizinho de Ciudad Juárez), foi sequestrada em sua casa por um grupo de homens armados.

No município, Erika era a única policial interina desde junho, já que ninguém se apresentou para o posto perante o temor de ser assassinado.

Apesar da situação, policiais entrevistadas pela Efe dizem ter medo mas descartam que vão sair dos postos, algumas por necessidade ou por medo de não conseguirem outro emprego.

Marisol Vales, casada e estudante de criminologia, assumiu aos 20 anos a chefia da Polícia de Praxedis G. Guerrero, um dos municípios mais conflituosos de Chihuahua.

Com Marisol são cinco as mulheres desde 2010 que chefiam os departamentos de Polícia de vários povoados conflituosos do Estado nortista.

O medo reaparece com notícias como a do dia 29 de novembro quando um grupo de bandidos assassinou a tiros Hermila García, a primeira chefe de polícia vítima do crime organizado no povoado de Meoqui.

 

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