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Egito investiga se homem preso por atentado contra igreja foi torturado até a morte
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MARWA AWAD
DA REUTERS, NO CAIRO
Um promotor egípcio ordenou a autópsia no corpo do homem, que, segundo parentes, foi preso e torturado até a morte dias depois do atentado a uma igreja copta em Alexandria.
Mohamed Sayyid Bilal, 32, foi preso na quarta-feira. O ataque a bomba à igreja matou 23 pessoas no primeiro dia do ano.
O corpo de Bilal foi devolvido à família um dia depois da prisão, com sinais de tortura e queimaduras, segundo Ibrahim, irmão de Bilal.
Ibrahim afirmou que a família relatou o caso à Promotoria e acusou as forças de segurança de torturar Bilal até a morte durante interrogatório. A família pediu que o incidente fosse investigado.
O ministro do Interior se recusou a comentar o caso. O promotor público disse que uma investigação sobre as alegações da família estavam em andamento e que havia sido ordenada uma autópsia.
SALAFISTAS
Bilal foi um dos muitos salafistas --muçulmanos sunitas que seguem com rigor a religião-- detidos como suspeitos de ligação com o atentado. Alguns analistas dizem que a repressão estatal a vozes moderadas do islamismo pode ter levado salafistas à militância extremista.
O movimento salafista existe há décadas, mas nunca foi acusado de violência no Egito e tem sido tolerado pelo governo.
Autoridades não anunciaram formalmente nenhuma conexão entre a explosão na igreja e as prisões de salafistas. Elas se resumem a dizer que muitos cidadãos estão sendo investigados.
"Um dia depois da prisão, recebemos um telefonema de um hospital dizendo que ele estava sofrendo de pressão baixa. Quando chegamos, o encontramos morto. O seu corpo tinha marcas de tortura e queimaduras", declarou Ibrahim Bilal.
"Estamos investigando essas acusações e ordenamos uma autópsia do corpo, mas o resultado ainda não chegou. Não há ainda nenhuma prova de que ele foi torturado", afirmou o procurador-geral, Yaser Rifai.
Um líder salafista disse, sob condição de anonimato, que até 300 deles foram presos depois do ataque em Alexandria.
ATAQUE
O atentado ocorreu dois meses depois de insurgentes ligados à rede terrorista Al Qaeda no Iraque ameaçarem atacar igrejas coptas no Egito. Eles acusavam os cristãos egípcios de haver detido duas mulheres convertidas ao Islã. Os cristãos negaram a acusação.
Os salafistas egípcios, entre outros muçulmanos, protestaram contra a detenção e exigiram a libertação das mulheres.
O Egito é um país de maioria muçulmana. Os cristãos correspondem a 10% da população.
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