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15/01/2011 - 12h12

Índia identifica parte dos 102 peregrinos mortos em tumulto

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DA EFE, EM NOVA DÉLHI

As autoridades da Índia identificaram neste sábado grande parte das vítimas do tumulto ocorrido na sexta-feira no sul do país, onde pelo menos 102 fiéis hindus morreram e dezenas ficaram feridos no último dia de uma importante peregrinação.

A tragédia ocorreu na noite desta sexta-feira em Pulmedu, uma isolada região florestosa e montanhosa, com baixo nível de segurança, e situada a poucos quilômetros do templo de Sabarimala, dedicado à deidade de Ayyappan, informou uma fonte da polícia do Estado de Kerala.

Milhares de devotos, em sua maioria provenientes de regiões vizinhas, tinham subido uma colina para observar a estrela de Makarajyoti, algo que, segundo a crença, atrai boa sorte --e sexta-feira era o melhor dia para se observá-la após semanas de peregrinação.

Alguns peregrinos já tinham iniciado o retorno a seus lares e caminhavam por uma estrada estreita, quando por volta das 20h15 local de sexta-feira (12h45 de Brasília), uma picape passou pela multidão, provocando tumulto e empurra-empurra, segundo a fonte policial consultada pela Efe.

De acordo com esta versão, 102 pessoas morreram e cerca de 50 sofreram ferimentos, mas alguns meios de comunicação indianos, que não especificaram suas fontes, elevaram o número de vítimas fatais para 104.

A agência de notícias Ians indicou, repercutindo um relatório preliminar, que a causa do tumulto era uma disputa que se tornou violenta entre peregrinos, motoristas de picapes --que foram feitas de táxis-- e motoristas de "autorickshaw" (triciclo típico da Índia).

Tanto corpos quanto feridos foram levados inicialmente a um hospital próximo, em operações de resgate dificultadas pelo nevoeiro e pela geografia do terreno. Posteriormente, todos foram transferidos a um hospital mais distante, porém de melhor qualidade, aonde se deslocou uma equipe de dezenas de médicos para realizar as autópsias.

As emissoras de televisão indianas divulgaram imagens de peregrinos emocionados enquanto tentavam encontrar seus familiares entre as vítimas.

Por enquanto, as autoridades conseguiram identificar entre os mortos uma pessoa proveniente do Sri Lanka, enquanto muitos outros vêm de regiões vizinhas como Tamil Nadu, Karnataka e Andhra, e só alguns são da própria Kerala, segundo as agências indianas.

O chefe do Governo de Kerala, V.S. Achuthanandan, que sobrevoou a área do incidente em helicóptero militar, decretou três dias de luto e a criação de uma comissão de investigação.

Tanto a presidente indiana, Pratibha Patil, como o primeiro-ministro, Manmohan Singh, expressaram condolências pelo ocorrido. O premiê aprovou uma indenização de 100 mil rúpias (US$ 2.205) para a família de cada vítima fatal e de 50 mil rúpias (US$ 1.102) para cada ferido.

Algumas fontes policiais calculam que, nas últimas horas, até 200 mil pessoas tinham se aproximado do templo de Sabarimala, o que representa uma das maiores peregrinações da Índia.

O tumulto desta sexta-feira não é a primeira tragédia que ocorre nesta peregrinação hindu. Em 1952, o santuário sofreu um incêndio em consequência da explosão de fogos de artifício, causando a morte de 66 fiéis.

Mais semelhante ao desta sexta-feira foi o incidente de 1998, ironicamente no dia 14 de janeiro, quando 52 peregrinos morreram também em um tumulto.

Fatos como o desta sexta são um fenômeno frequente nas grandes concentrações das festas religiosas indianas, devidos em grande parte à falta de organização e controle sobre as aglomerações e à precariedade da infraestrutura dos locais de culto.

Só nos últimos seis anos, foram registrados na Índia dois grandes tumultos, que deixaram mais de 200 mortos, ambos em peregrinações e festividades do hinduísmo --religião de 80,5% dos 1,2 bilhão de habitantes.

 

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