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Jovem marroquina diz que Berlusconi não encostou 'nenhum dedo' nela
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DA EFE
A jovem marroquina Ruby R. afirmou na quarta-feira (19) que não manteve relações sexuais com o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, e que ele nunca encostou "nenhum dedo" nela.
Além disso, negou que ele tenha pedido 5 milhões de euros por seu silêncio, como revelam escutas telefônicas.
Ruby B., cujo nome é Karima el Mahroug, foi entrevistada ontem em um programa do "Canale 5", propriedade de Berlusconi.
Alessandro Garofalo/Reuters | ||
A dançarina marroquina conhecida como Ruby R. em entrevista ao programa de TV italiano Kalispera |
Enquanto isso, os meios de comunicação não param de divulgar fotografias de jovens e vazamentos de escutas telefônicas a que a Promotoria de Milão teve acesso durante a investigação, entre elas uma em que Ruby R. confessa ter pedido cinco milhões de euros a Berlusconi.
Durante a entrevista à emissora, Ruby relatou sua infância difícil.
Ela afirmou ter sido estuprada aos nove anos por dois de seus tios, e que sua mãe a aconselhou a não contar para seu pai, pois ele poderia matá-la por não ser mais virgem. Logo depois, Ruby foi expulsa de casa e começou a roubar.
A marroquina ressaltou que não manteve relações com o primeiro-ministro, até porque nunca se prostituiu e acrescentou que ele jamais tocou nela.
Ruby revelou que admira Berlusconi porque nunca encontrou uma pessoa "como ele" e declarou que a primeira vez em que foi à sua residência em Arcore, em 14 de fevereiro de 2010, ele a ouviu "melhor" que qualquer psicólogo do mundo e depois deu a ela um envelope com 7 mil euros.
INTELIGÊNCIA
Segundo a jovem, ao entregar o dinheiro, Berlusconi disse que ela "era inteligente e que devia estudar".
Em outra ocasião, o primeiro-ministro deu um colar à jovem.
A entrevista de Ruby ao "Canale 5" contradiz em alguns pontos com parte das interceptações da Promotoria.
"Ele me disse ontem: 'Ruby te dou todo o dinheiro que quiser, te pago, te cubro de ouro, mas não diga nada a ninguém'", teria dito a jovem a uma amiga em uma dessa conversas por telefone.
As evidências reunidas contra Berlusconi pela Promotoria indicam que as festas na residência de Arcore eram verdadeiras "orgias".
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