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21/01/2011 - 10h38

Irã impõe obstáculos ao diálogo nuclear e potências têm poucas expectativas

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Irã entrou nesta sexta-feira na nova rodada de negociações com seis potências impondo obstáculos à discussão de seu controverso programa nuclear e deixando as expectativas baixas sobre qualquer avanço no tema.

"Não permitiremos em absoluto que as discussões tratem da questão de nossos direitos fundamentais, como o tema de uma suspensão do enriquecimento de urânio", declarou Abolfazl Zohrevand, adjunto do líder dos negociadores iranianos, sobre um dos temas cruciais para as potências do 5+1, composto por representantes dos cinco países permanentes do Conselho de Segurança da ONU --Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França-- e a Alemanha.

"Vamos nos concentrar na cooperação", continuou, sem dar mais detalhes. "As discussões são positivas, porque as duas partes vieram aqui para tomar medidas positivas".

O Conselho de Segurança da ONU exige há cinco anos que o Irã suspenda suas atividades nucleares mais delicadas, algo que Teerã rejeita. Boa parte da comunidade internacional teme que o regime persa tenha pretensões bélicas sobre seu programa de enriquecimento de urânio.

Salih Zeki Fazlioglu/Reuters
Negociador-chefe do Irã, Saeed Jalili, e a alta representante da diplomacia europeia, Catherine Ashton, chegam para reunião
Negociador-chefe do Irã, Saeed Jalili, e a alta representante da diplomacia europeia, Catherine Ashton, chegam para reunião

Entre estas atividades, está o enriquecimento de urânio em solo iraniano. Teerã alega que está enriquecendo seu urânio de 3,5% a 20%, necessário para a produção de energia e isótopos médicos. O Ocidente, contudo, teme que o país possa desenvolver tecnologia necessária para enriquecer a 90%, o necessário para a fabricação de uma bomba nuclear.

O P5+1 já fez uma oferta, em 2009, para que o Irã entregasse todo seu urânio a 3,5% para ser enriquecido no exterior e devolvido ao país. O Irã rejeitou a oferta alegando não ter garantias de que o combustível nuclear seria devolvido.

Em 17 de maio, o Irã chegou a assinar um acordo para a troca de urânio pouco enriquecido por combustível nuclear, sob a mediação de Brasil e Turquia, no que o presidente Luís Inácio Lula da Silva chamou de uma "vitória da diplomacia". As potências rejeitaram o acordo, dizendo que não incluía garantias de que o país não mais enriqueceria urânio em seu território. Em 9 de junho, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma quarta rodada de sanções contra o país persa.

Nesta quinta-feira, o negociador-chefe iraniano, Said Jalili, disse que se as potências estiverem dispostas, é possível obter "ótimos resultados".

Já a alta representante de Política Externa da União Europeia (UE), Catherine Ashton, que representa as potências, ressaltou que o objetivo é fomentar a confiança entre as partes.

Vários diplomatas ressaltaram que não parece que seja possível conseguir muito mais que isso. "Ninguém está esperando nenhum avanço, mas o Irã precisa mostrar que está interessado em se engajar em um processo mais amplo", disse um diplomata. "Há questões fundamentais com as quais o Irã tem de lidar e elas estão bastante claras, mas ninguém está esperando nenhuma mudança."

As discussões entre o Irã e o grupo 5+1 foram retomadas oficialmente em dezembro passado, em Genebra, depois de 14 meses de bloqueio.

As sessões formais ocorrem entre esta sexta-feira e sábado, no luxuoso palácio otomano de Ciragan, diante do Bósforo. Os jornalistas credenciados para o evento não tiveram acesso ao palácio, transformado em hotel de luxo.

 

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