Irã exige fim de sanções da ONU e dos EUA para acordo

O Irã exigiu nesta sexta-feira o fim das sanções que o Conselho de Segurança da ONU e os EUA impuseram para que seja possível alcançar um acordo com a comunidade internacional nas negociações que estão acontecendo em Istambul, segundo um diplomata.

A declaração foi feita logo depois da reunião entre representantes dos EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha com o principal negociador nuclear iraniano, Saeed Jalili.

O Irã entrou nesta sexta-feira na nova rodada de negociações com seis potências impondo obstáculos à discussão de seu controverso programa nuclear e deixando as expectativas baixas sobre qualquer avanço no tema.

O diplomata afirmou que Teerã pede que seja respeitado seu direito a enriquecer urânio, embora dê mais prioridade a sua primeira exigência.

"Não permitiremos em absoluto que as discussões tratem da questão de nossos direitos fundamentais, como o tema de uma suspensão do enriquecimento de urânio", declarou Abolfazl Zohrevand, adjunto do líder dos negociadores iranianos, sobre um dos temas cruciais para as potências.

No entanto, o mesmo diplomata explicou que o grupo 5+1 considera "inaceitável" o pedido, especialmente a delegação americana.

A reunião, que durou uma hora e meia, foi entre a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton e Jalili, que por sua parte se negou a reunir-se com o negociador dos EUA.

As negociações devem continuar, pois, apesar de os europeus terem considerado que o clima da reunião foi "construtivo" e que os iranianos escutaram suas razões, eles afirmam que o encontro foi "inconclusivo".

O Conselho de Segurança da ONU exige há cinco anos que o Irã suspenda suas atividades nucleares mais delicadas, algo que Teerã rejeita. Boa parte da comunidade internacional teme que o regime persa tenha pretensões bélicas sobre seu programa de enriquecimento de urânio.