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Movimento islâmico Irmandade Muçulmana reclama de demonização
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SAMY ADGHIRNI
ENVIADO ESPECIAL AO CAIRO
A Irmandade Muçulmana é totalmente diferente do Hamas e, caso chegue ao poder, não pretende nunca obrigar as mulheres a cobrir a cabeça com o véu.
A promessa foi feita em entrevista à Folha por Hesham Ali, 28, um dos coordenadores das ações de caridade do controverso grupo religioso, oficialmente banido, mas na prática tolerado, pelo ditador Hosni Mubarak.
Fundada em 1928, a Irmandade, misto de partido político e grupo de assistência social, é uma das mais organizadas forças de oposição, capaz de se tornar ainda mais influente em caso de queda do regime.
A irmandade defende que as leis do Estado derivem do Corão, livro sagrado do islã, embora haja em sua composição também facções menos adeptas desse princípio.
Nos anos 80, sob inspiração do grupo nasceu o Hamas, que atualmente controla a faixa de Gaza.
Também se atribui à irmandade a formação do hoje número 2 da Al Qaeda, o egípcio Ayman al Zawahiri.
Segundo Hesham, a comparação com o Hamas não cabe, porque a irmandade, ao contrário do grupo palestino, não tem uma agenda militar nem propaga ideias extremistas. "Condenamos a Al Qaeda e qualquer outro grupo que cometa atos violentos", diz.
Hesham também vê diferença de prioridades. "As pessoas no Ocidente não percebem que a Irmandade Muçulmana não é o grupo extremista que a mídia demoniza", disse.
ESTRATÉGIA
Vestindo jaqueta de couro por cima de uma camisa de botão e falando um inglês fluente, ele tem o típico perfil dos membros que a organização utiliza para seu contato com a mídia ocidental.
Hesham é engenheiro civil, aparenta cordialidade e responde a qualquer questão, como se estivesse executando a missão de restaurar a imagem negativa do grupo, tido como instigador do radicalismo islâmico moderno.
Ele vê a crise atual como um puro reflexo das "arbitrariedades e incompetência" de Mubarak.
Admite que a irmandade não participou do início do levante, mas por razão estratégica. "Sabíamos que, se aderíssemos de imediato, Mubarak diria aos EUA que o Egito está ameaçado por fanáticos loucos e ganharia apoio internacional", afirma.
Segundo Hesham, a Irmandade Muçulmana aderiu à revolta depois que seus membros foram espancados.
O militante disse que seu grupo quer o fim da era Mubarak para instaurar um sistema democrático honesto.
Lançando independentes (é banida de atuar como partido), a irmandade obteve 20% das cadeiras do Parlamento nas eleições legislativas de 2005.
No pleito do ano passado, os muçulmanos obtiveram resultado pífio, no que foi visto como manipulação pelo governo.
"Queremos chegar ao poder pelas urnas e respeitando todos os egípcios --cristãos, laicos etc."
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