Protesto sindical obriga Evo Morales a voltar para La Paz

O presidente boliviano, Evo Morales, não pôde participar de ato cívico nesta quinta-feira na cidade de Oruro, um de seus bastiões eleitorais, e deve regressar a La Paz por culpa da explosão de dinamite e foguetes que tomaram conta de um protesto contra o governo.

"É lamentável que quando começou o desfile cívico, grupos fizeram manifestações de protestos estourando dinamite e foguetes para colocar medo na população", afirmou em uma coletiva de imprensa o porta-voz do governo, Iván Canelas.

Morales iria participar de um desfile cívico em Oruro, a 240 km de La Paz, em comemoração ao aniversário da cidade, quando dirigentes de bairros e sindicalistas protagonizaram uma marcha rechaçando o aumento do preço de alimentos e passagens de transporte público.

Morales iria participar do evento em um palco na praça pública da cidade, junto ao vice-presidente e autoridades governamentais, mas, ao notar a manifestação, tomou a decisão de voltar a sede do governo.

Não houve incidentes graves em Oruro pelo protesto de rua.

O sindicato dos trabalhadores e dos grupos vizinhos criticam o aumento do preço do açúcar de 64% durante as últimas semanas de janeiro, e a decisão dos motoristas de transportes públicos para elevar o custo dos passagens em até 50%.

Comerciantes realizam protestos nesta quinta-feira em várias cidades da Bolívia.

Oruro, nos Andes bolivianos, é um leal reduto eleitoral do presidente Morales, que nasceu na região.