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Revolta no Iêmen deixa 2 mortos e dezenas de feridos em 48 horas
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Fontes hospitalares confirmaram que os confrontos na cidade de Áden, no Iêmen, já deixaram ao menos um morto por "tiros disparadados aleatoriamente" durante a repressão da polícia aos manifestantes que há sete dias exigem a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh, há 32 anos no poder.
Há ainda relatos de dezenas de feridos e a Reuters já menciona ao menos 40. O governo confirma também um morto na quarta-feira, embora a Reuters indique dois, o que pode elevar o número total a três mortos nas últimas 48 horas.
Ahmad Gharabli/AFP | ||
Manifestante atira pedras contra a polícia; oposição diz que ao menos seis morreram no Iêmen só nesta quinta |
O choque começou em Sanaa, a capital do país, depois que cerca de 800 simpatizantes do governo armados com punhais e cassetetes entraram em confronto com aproximadamente 1.500 manifestantes, que responderam com pedradas.
Brandindo paus e adagas, centenas de partidários do governo do Iêmen perseguiram nesta quinta-feira um pequeno grupo de manifestantes que tentava iniciar o sétimo dia de protestos --inspirados nas revoltas populares na Tunísia e no Egito.
A polícia perdeu o controle sobre o grupo governista que tentava atacar cerca de cem oposicionistas reunidos na Universidade de Sanaa. Mas depois, quando os manifestantes fugiam, os policiais conseguiram evitar que os agressores saíssem no seu encalço por becos da região. Um repórter da agência de notícias Reuters disse que mais tarde o grupo da oposição tentava se reagrupar.
Hani Mohammed/AP | ||
Manifestantes antigoverno (no alto) e pró-governistas jogam pedras uns contra os outros nas ruas de Sanaa |
Ao menos 14 manifestantes ficaram feridos e dois fotógrafos foram agredidos, segundo fontes da oposição iemenita. Os ferimentos foram causados por pedras lançadas pelos partidários de Saleh.
Já os fotógrafos --um da agência European Press Photo Agency e outro da francesa France Presse-- foram atacados e ainda tiveram suas máquinas confiscadas por simpatizantes do regime.
INSATISFAÇÃO
Os protestos são mais um problema para Saleh, país aliado dos Estados Unidos que enfrenta também a atividade da rede terrorista Al Qaeda e rebeliões no norte e no sul do país, um dos mais pobres do mundo árabe.
Os protestos vêm sendo convocados apenas por mensagens de celular e pelo site de relacionamentos Facebook, sem envolvimento dos partidos políticos. Grupos pró-governo também se mobilizam para conter as manifestações, às vezes com violência.
Na quarta-feira, um manifestante foi morto na cidade portuária de Áden (sul), quando a polícia fez disparos para conter os manifestantes. Foi a primeira morte desde o início da onda de protestos.
Saleh, que tem visitado províncias do país diariamente para tentar reforçar sua base de apoio, disse nesta quinta-feira que formará uma comissão para investigar os incidentes em Áden.
Em Sanaa, partidários de Saleh acampam há uma semana na praça Tahrir, a principal da cidade --e homônima do epicentro dos protestos no Egito--, para evitar que ela seja ocupada por manifestantes.
Mas em Taiz, ao sul de Sanaa, os manifestantes antigoverno ocuparam a praça principal dias atrás. Milhares de pessoas chegam a se concentrar ali durante as noites, e o número diminui ao alvorecer.
CONCESSÕES
Na opinião de Khaled Fattah, acadêmico especializado em Iêmen na Universidade Saint Andrews, da Escócia, Saleh tem menos chances de ter o mesmo destino do egípcio Hosni Mubarak, deposto após 18 dias de protestos, porque no Iêmen a autoridade é mais fragmentada, e não existe uma classe média forte como no Egito.
Ahmad Gharabli/AFP | ||
Manifestante antigoverno joga pedras contra partidários do regime durante enfrentamento em Sanaa |
"A continuidade dos protestos, no entanto, pode pressionar o governo de Saleh a oferecer mais concessões políticas ao movimento [separatista] do sul. Tais concessões poderiam levar à adoção de um sistema federal", acrescentou Fattah.
Saleh já fez algumas concessões, como a promessa de deixar o poder em 2013 e não transferi-lo ao seu filho. Partidos de oposição aceitaram uma oferta de diálogo com o governo, mas manifestações espontâneas continuam ocorrendo --embora já não mais atraindo dezenas de milhares de pessoas.
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