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Reino Unido pode cessar exportação de armas para o Bahrein
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo do Reino Unido indicou que está urgentemente revisando as licenças concedidas às indústrias bélicas britânicas que permitem a exportação de armas ao Bahrein, em meio à repressão das forças de segurança bareinitas aos protestos dos últimos dias, que já deixaram ao menos seis mortos.
O encarregado de Oriente Médio e Norte da África da Chancelaria britânica, Alistair Burt, disse que o país pode revogar tais permissões caso fique comprovado que elas estejam favorecendo o uso de violência contra os manifestantes e os abusos de direitos humanos.
Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, Burt revelou que as vendas de armamentos aprovadas nos últimos nove meses incluem cargas para bombas de gás lacrimogêneo e outros equipamentos que podem ser usados no controle de protestos.
OBAMA
Após quatro dias de intensos protestos que já deixaram ao menos seis mortos e mais de cem feridos no Bahrein, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu que o governo não utilize a violência para conter as manifestações e reiterou que Washington se opõe à repressão violenta por parte das forças de segurança.
Obama "considera que devemos nos opor ao uso da violência pelo governo do Bahrein", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, e completou que o presidente americano rejeita qualquer tipo de repressão contra manifestações pacíficas na região.
Jonathan Ernst /Reuters |
Jim Caney, porta-voz da Casa Branca, diz que Obama pede contenção ao governo do Bahrein em meio a manifestações |
Mais cedo a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ligou para o ministro de Relações Exteriores do Bahrein para registrar a "profunda preocupação" com os últimos acontecimentos no país.
Segundo o Departamento de Estado americano, Hillary frisou ainda ao ministro bareinita Sheij Jaled bin Ahmad al Jalifa sobre a importância dos "esforços com vistas para reformas políticas e econômicas, para dar uma resposta aos cidadãos do país".
O Pentágono também fez um apelo por calma no país. "O Bahrein é um parceiro importante e o departamento está acompanhando de perto os acontecimentos", disse o porta-voz do Pentágono, Dave Lapan. "Pedimos que todas as partes tenham moderação e evitem a violência", acrescentou.
CONTROLE
O Exército do Bahrein assumiu o controle da maior parte da capital do país do golfo Pérsico, Manama, e os protestos na cidade estão proibidos. O anúncio foi feito depois de o governo ter decretado estado de emergência em todo o país para tentar aplacar os protestos da população xiita.
O Ministério do Interior informou ainda que o Exército irá tomar todas as ações necessárias para garantir a segurança e está ordenando a população a evitar áreas centrais de Manama, a capital do país do golfo Pérsico.
Hamad I Mohammed/Reuters | ||
Tanques na rua que dá acesso à praça Pearl; Exército do Bahrein tomou controle de Manama e vetou protestos |
"As forças de segurança reforçaram que irão tomar todas as medidas estritas e dissuasão necessárias para preservar a segurança e a ordem geral", afirmou um porta-voz do ministério na TV.
Na noite desta quarta-feira, quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas durante ação das forças de segurança para retirar manifestantes acampados no centro de Manama para pedir reformas políticas. Com as quatro mortes, o número de vítimas nos protestos subiu para seis.
Na madrugada de hoje, forças de segurança invadiram sem aviso prévio a praça Pearl, com o apoio de tanques e veículos blindados, para expulsar com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha milhares de manifestantes antigoverno.
O parlamentar xiita de oposição Ibrahim Mattar disse que cerca de 60 pessoas estão desaparecidas após a operação das forças de segurança.
A polícia mantém cercada a praça Pearl, apoiada por blindados do Exército. Segundo autoridades, um total de 50 policiais ficaram feridos nos confrontos com os manifestantes. Destes, 27 estão em estado grave e dois em estado muito grave.
PROTESTOS
Milhares de manifestantes xiitas saíram às ruas do país nesta semana pedindo reformas políticas e melhorias econômicas no país, onde uma família de muçulmanos sunitas governa uma população que é majoritariamente xiita.
Tony Mitchell/AP | ||
Imagem de vídeo mostra veículos blindados seguindo para a praça Pearl, em Manama, ocupada por manifestantes |
Centenas de pessoas acamparam na praça Pearl, um cruzamento na capital que eles pretendiam transformar em base dos protestos como aconteceu com a praça Tahrir, no Cairo, que levou à renúncia do ditador egípcio, Hosni Mubarak, na última sexta-feira.
Mas a praça bareinita estava praticamente vazia no início desta manhã, depois de a polícia ter invadido o local, que estava cheio de barracas abandonas, cobertores e lixo, O cheiro de gás lacrimogêneo pairava no ar.
INÍCIO
Os protestos no Bahrein começaram na última segunda-feira como um pedido para que a monarquia sunita que comanda o país afrouxe o controle, incluindo não indicar mais pessoas para os cargos governamentais mais altos e abrir mais oportunidades para a população xiita, que é maioria no país e há muito reclama de ser excluída do processo de tomada de decisões.
Joseph Eid/AFP | ||
Forças de segurança do Bahrein, ao fundo, fazem guarda na praça Pearl após a expulsão de manifestantes |
Mas as demandas rapidamente ficaram maiores. Muitos manifestantes pedem que o governo ofereça mais empregos, melhores moradias e liberte todos os prisioneiros políticos. Eles também gritam frases contra a monarquia que tem liderado o Bahrein por mais de 200 anos.
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