Egito celebra "Dia da Vitória" uma semana após queda de Mubarak

Centenas de egípcios começam a se reunir na manhã desta sexta-feira na praça Tahrir para celebrar o "Dia da Vitória", que marcará uma semana da renúncia do ditador Hosni Mubarak, ocorrida no último dia 11 após 18 dias de protestos antirregime que tiveram o local, no centro do Cairo, como epicentro e centro nervoso.

A previsão é que o xeque Yusuf al Qardawi, próximo ao grupo Irmandade Muçulmana e que durante dos protestos se mostrou sempre ao lado dos manifestantes, participe da oração do meio-dia desta sexta.

Os organizadores da manifestação, os mesmos que convocaram os protestos que começaram em 25 de janeiro, esperam que um milhão de pessoas celebrem a queda de Mubarak, aproveitando para insistir em seus pedidos por reformas democráticas e melhoras econômicas e sociais.

	Marco Longari/AFP
	Banda militar marcha pela praça Tahrir, no centro do Cairo, durante comemoração pelo "Dia da Vitória"

Desde a tarde desta quinta-feira, o ambiente na praça e nos arredores era festivo e podiam ser vistos vários postos que vendiam bandeiras e cartazes que louvavam o que os egípcios não duvidam em chamar de revolução.

Mubarak renunciou ao cargo após 30 anos no poder e cedeu a autoridade ao Conselho Supremo das Forças Armadas após 18 dias de protestos em várias cidades do país nos que morreram 365 pessoas.

Durante estes dias, a praça Tahrir --libertação, em árabe-- se transformou em símbolo da resistência dos manifestantes.

Num momento em que os militares enfrentam exigências como a de libertação de presos políticos e remoção do estado de emergência, depois de dissolverem o Parlamento e suspenderem a Constituição, todos os olhos também estarão voltados para o modo como o conselho militar policiará a manifestação.

"Nós concordamos com que o Exército fixasse as normas para as celebrações de hoje", disse Ahmed Naguib, um membro de coordenação de uma coalizão de jovens e grupos políticos pró-democracia.