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Ahmadinejad pede que líderes árabes respeitem manifestantes
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, cujas forças de segurança reprimiram protestos contra sua reeleição em 2009, condenou nesta quarta-feira a brutalidade do Estado contra manifestantes líbios que pedem o fim do regime do ditador Muammar Gaddafi.
Falando pela primeira vez sobre a revolta árabe que atinge diversos países, Ahmadinejad expressou horror pelo uso de violência extrema e pediu aos governos para que escutem seu povo.
"Como pode um líder sujeitar seu próprio povo a uma chuva de metralhadoras, tanques e bombas? Como pode um líder bombardear seu próprio povo, e depois dizer "matarei qualquer um que diga qualquer coisa?", questionou.
As declarações do presidente iraniano ocorrem após manifestantes líbios terem relatado que foram atacados por tanques e aviões de guerra. Gaddafi afirmou que os manifestantes merecem a sentença de morte e prometeu morrer como um mártir do que renunciar.
"Eu seriamente quero que todos os chefes de Estado prestam atenção a seu povo e cooperem, sentem e conversem, e ouçam a suas palavras. Por que eles agem tão mal que seu povo precisa recorrer à pressão por reformar?", disse Ahmadinejad.
Teerã comemorou as revoltas árabes, como as da Tunísia e do Egito, como um "despertar islâmico" contra governantes despóticos.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou ser irônico que a República Islâmica "age em direto contraste do aconteceu no Egito ao atirar e espancar pessoas que estavam tentando se expressar pacificamente".
Ahmadinejad afirmou ainda estar certo de que a onda de revoltas no Oriente Médio irá se espalhar para a Europa e para a América do Norte, gerando o fim de governos que ele acusa de oprimir e humilhar as pessoas.
"O mundo está a beira de grandes desenvolvimentos. As mudanças estarão próximas e irão engolfar o mundo inteiro, da Ásia à África e da Europa à América do Norte."
REPRESSÃO IRANIANA
Partidários da oposição no Irã afirmam que seus protestos --nos quais duas pessoas morreram neste mês-- foram mais uma vez reprimidos por forças de segurança.
Antes de realizar uma manifestação em 14 de fevereiro, o opositor movimento Verde iraniano não havia realizado protestos desde dezembro de 2009, quando oito pessoas foram mortas em confrontos com forças de segurança, encerrando meses de grandes demonstrações contra a eleição presidencial de junho de 2009 que deu a Ahmadinejad um segundo mandato.
Teerã nega acusações da oposição de que o voto foi fraudado e acusou o movimento Verde de tentar derrubar o sistema islâmico com o apoio de inimigos estrangeiros do Irã.
O regime colocou a culpa das mortes deste mês em elementos "terroristas" em meio aos manifestantes, e membros do parlamento pediram pela prisão e morte de líder reformistas que convocaram os protestos para mostrar apoio aos eventos no norte da África.
Ambos os lados da divisão política iraniana tentaram obter lucros das revoltas, com o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, saudando as revoluções na Tunísia e no Egito como uma continuação da Revolução Islâmica de 1979 no Irã, que derrubou a monarquia apoiada por Washington e estabeleceu um governo muçulmano xiita.
No Egito, o mais populoso país na predominante região árabe sunita e que historicamente vê o Irã como um adversário, a Irmandade Muçulmana disse não classificar a revolta como uma revolução islâmica.
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