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Em Honduras, ex-presidente Zelaya defende ações pró-socialistas
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DA ANSA, EM TEGUCIGALPA (HONDURAS)
O ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya afirmou que quer um movimento "pró-socialista" em seu país, em uma carta enviada para a Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP), na qual defendeu um "movimento baseado nos princípios e ideias revolucionárias" "para construir uma nova sociedade".
Zelaya, que foi derrubado da Presidência hondurenha por um golpe militar em junho de 2009, enviou nesta sexta-feira uma carta ao novo grupo político de seu país por causa da assembleia geral que será realizada amanhã para definir suas posições políticas e estratégias de luta.
De acordo com a imprensa hondurenha, o encontro reunirá cerca de 3.000 delegados e um grupo de simpatizantes do ex-presidente. Logo após o golpe de 2009, grupos de simpatizantes de Zelaya organizaram manifestações que na época levaram a enfrentamentos com a polícia.
O ex-governante, coordenador geral da FNPR, afirmou no documento que sua presença física em Honduras "continua sendo obstruída pelos planos estratégicos de expansão do império, que são os mesmos que ditaram minha saída abrupta da administração do Estado", utilizados por "traidores da pátria, que nos últimos cinquenta anos governaram sem decoro, sem ética e sem moral".
NOVO PARTIDO
Ele assinalou que, a cada dia que passa, "entramos em águas mais turbulentas", e por isso fez um chamado à Frente de Resistência para que evite "a terrível possibilidade de se tornar, nesta assembleia, em um novo partido tradicional, e que esta discussão nos leve a atuar exatamente como um deles".
"Aos grupos que atuam como um cachorro sedento de sangue e insaciável em seus desejos de torturar, assim como à impunidade e ao desamparo em que nos encontramos, devemos denunciá-los de forma cotidiana em nível nacional e internacional", defendeu o ex-presidente hondurenho.
Segundo Zelaya, "não podemos deixar esta imensa carga [de denúncias] para um grupo de defensores de direitos humanos que cada dia têm mais trabalho, devido à impunidade com que atuam os assassinos".
Na carta, ele ainda citou que os Estados Unidos impedem seu retorno para sua nação de origem. Ele se encontra exilado na República Dominicana desde janeiro de 2010, após ficar refugiado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.
O ex-governante defendeu ainda que se avance no processo de uma constituinte, incluindo os mecanismos de referendo e plebiscito para "mobilizar o povo" e "encurralar o inimigo em sua própria armadilha".
No último dia 18, o parlamento hondurenho aprovou reformas constitucionais que incluem mecanismos de consulta popular. A possível mudança na Constituição proposta por Zelaya quando ainda exercia o cargo de presidente foi o argumento utilizado pela oposição em 2009 para retirá-lo do poder em 28 de junho daquele ano.
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