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Líbia pode virar democracia ou viver guerra civil, diz Hillary
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou nesta terça-feira que a Líbia pode se tornar uma democracia pacífica ou enfrentar uma guerra civil. A declaração foi feita no comitê de Assuntos Exteriores da Câmara dos Representantes (deputados), onde Hillary pediu aos legisladores que não cortem verbas necessárias para lidar com crises no exterior.
"Nos anos pela frente, a Líbia pode se tornar uma democracia pacífica ou enfrentar uma guerra civil prolongada, ou poderia cair no caos. As apostas são altas", afirmou a chefe da diplomacia americana. "Todo a região [do Oriente Médio] está mudando, e uma reposta americana forte e estratégica será essencial."
A agitação na Líbia, onde o ditador Muammar Gaddafi está tentando esmagar uma revolta, é um exemplo de como Washington tem de usar seus recursos diplomáticos e de defesa assim como ajuda ao desenvolvimento para "proteger nossos interesses e avançar nossos valores", disse Hillary aos legisladores, alguns dos quais querem cortar gastos no exterior.
A secretária de Estado falou ao comitê um dia depois de os EUA começarem a mover navios e aviões para mais próximo da Líbia, e congelar US$ 30 bilhões em bens, aumentando a pressão para que Gaddafi deixe o poder.
A agência americana de desenvolvimento internacional informou estar enviando duas equipes humanitárias para a região para ajudar a fornecer alimentos e medicamentos para líbios que estão fugindo do país e indo para a Tunísia e o Egito.
"Não estamos tirando nenhuma opção da mesa enquanto o governo líbio continuar apontando suas armas para seu próprio povo", afirmou.
Na segunda-feira, a secretária esteve em Genebra, onde discutiu a crise líbia com outros governos críticos sobre a tentativa violenta de Gaddafi de colocar um ponto final da rebelião contra seu regime, que já dura 41 anos.
Valentin Flauraud/Reuters | ||
Secretaria de Estado americana, Hillary Clinton, discursa no Conselho de Direitos Humanos na ONU, em Genebra |
MAIS PRESSÃO AMERICANA
Nesta terça-feira, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU (Organização das Nações Unidas), Susan Rice, disse que o país vai manter a pressão política e financeira sobre o líder líbio até que ele renuncie e chegou a sugerir o exílio.
Rice deu uma série de entrevistas a emissoras de TV dos EUA, nas quais falou sobre a situação na Líbia.
"Vamos manter a pressão sobre Gaddafi até que ele deixe o poder e permita que o povo líbio se expresse livremente e determine seu futuro", declarou Rice ao programa "Good Morning America", da rede ABC.
"É importante que ele saia do palco", disse Rice ao "The Early Show", da rede CBS, acrescentando que o exílio "pode ser uma opção a ser avaliada" por Gaddafi.
Mas ela evitou falar em uma intervenção dos EUA no país ou mesmo apoio material aos rebeldes que buscam depor Gaddafi.
"Estamos buscando o diálogo com todos os campos da sociedade líbia", disse ela. "Mas, para ser franca, ainda não se aglutinou uma oposição claramente unificada, por isso é prematuro nesta fase falar sobre reconhecimento ou concessão de material de apoio para tal oposição."
Os EUA elevaram o tom de sua pressão a Gaddafi nos últimos dias, aprovando sanções contra o ditador (como o congelamento de US$ 30 bilhões em bens) e reposicionando suas forças navais e aéreas mais perto da nação africana.
A turbulência na Líbia, grande exportadora de petróleo, causou aumento dos preços do petróleo a um recorde de dois anos e meio na semana passada e gerou preocupações do mercado sobre os efeitos na economia global.
A Arábia Saudita já atuou para acalmar os mercados, comprometendo-se a lançar mais petróleo. Maiores exportações também são esperadas de outros produtores, incluindo o Iraque, Irã e Nigéria.
"Esta é uma situação que tem implicações potenciais para o fornecimento de petróleo, os preços do petróleo. Nós, obviamente, gostaríamos de ver a produção a um nível que mantém os preços estáveis e obviamente estamos trabalhando com nossos parceiros para assegurar que este seja o caso", disse Rice.
Rice disse ao "The Early Show", da rede CBS, que uma das principais preocupações para os EUA é a crise humanitária. "O movimento de ativos e os preparativos que estão em andamento são para a possibilidade [...] de uma verdadeira catástrofe humanitária na Líbia."
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