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04/03/2011 - 08h27

Violência cresce na fronteira entre Líbia e Tunísia

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SAMY ADGHIRNI
ENVIADO ESPECIAL
A RAS JEDIR (TUNÍSIA)

Apesar da intensificação dos repatriamentos, a tensão aumentou ontem no posto de fronteira de Ras Jedir, onde se amontoam há dias milhares de trabalhadores braçais estrangeiros fugidos dos confrontos na Líbia.

Em meio a um ambiente dominado pela sujeira e pelo esgotamento físico generalizado, os sinais mais claros de nervosismo partiram dos egípcios. Eles formam, de longe, o contingente mais numeroso entre as mais de 90 mil pessoas que entraram na Tunísia pelo posto.

Egípcios organizaram vários protestos no local, formando grupos que ostentam bandeiras da Tunísia e gritam palavras de agradecimento ao governo tunisiano pelo apoio e de críticas ao Egito pela suposta demora no amparo aos migrantes.

"De que adianta o povo ter derrubado [o ditador] Hosni Mubarak se o novo governo é tão incompetente quanto ele? Ninguém se importa com a nossa situação", berrou um manifestante às lágrimas. Ele se referia à junta militar formada após a queda do ditador, em fevereiro.

Pressionado por uma situação que se alastra há mais de uma semana, o Egito despachou ontem para Ras Jedir o seu embaixador em Túnis. Mas ele foi recebido com palavrões.

Tunisianos envolvidos no atendimento aos migrantes corroboram, em conversa com a Folha, as críticas.

"O Egito está deixando tudo por nossa conta. É preciso mandar mais aviões imediatamente, se não teremos uma crise humanitária aqui", disse o médico do governo Abdelmumen Samir.

A ajuda de ONGs, organismos internacionais e doadores privados permite abastecimento em comida e assistência médica para todos, mas as condições de higiene são deploráveis.

 

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