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Diante do fantasma de protestos, premiê chinês promete melhorias sociais
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DA EFE
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, prometeu neste sábado, na inauguração da Assembleia Nacional Popular (ANP), melhorias sociais para frear o descontentamento da população, enquanto Pequim segue fortemente vigiada devido às recentes convocações no país para protestos inspirados nas manifestações democráticas na Líbia, no Egito e na Tunísia.
Ainda que essas manifestações não tenham encontrado muita repercussão popular nas ruas, as reivindicações indicadas na internet parecem ter sido ouvidas por Wen, cujas promessas coincidem com os pedidos do povo: mais atenção à corrupção, à desigualdade social e ao alto preço da habitação.
Diante de cerca de três mil legisladores reunidos neste sábado no Grande Palácio do Povo, Wen antecipou os objetivos do regime comunista para 2011 e também a longo prazo, já que neste plenário será aprovado o Plano Quinquenal (2011-2015).
Nesta metade de década o chefe de Governo assinalou que a China terá como meta o crescimento anual de 7% em média, número consideravelmente inferior aos dos cinco anos anteriores, nos quais a média foi de 11,2%.
Segundo Wen, neste período a população urbana superará a rural pela primeira vez na longa história da civilização oriental.
Wen ressaltou aos legisladores --alguns trajando uniforme militar e outros vestidos com roupas tradicionais das etnias que representam-- que até 2015 a China buscará "manter o nível de preços basicamente estável", aumentando a renda per capita rural a um ritmo anual de 7% e buscando que a expectativa de vida aumente em um ano (hoje ronda os 74 anos).
Wen também previu a criação de 45 milhões de empregos urbanos em cinco anos, casas para famílias de baixa renda para 20% da população urbana, e seguridade social --hoje quase inexistente para grande parte dos chineses-- que pague 70% do tratamento médico dos assegurados.
Quanto aos objetivos para 2011, o primeiro-ministro previu crescimento de 8% do PIB (2,3% menos que em 2010), prometeu lutar para que a inflação não supere 4% no fim do ano (contra 3,3% em 2010) e, definitivamente, para "um bom ambiente para transformar o modelo de desenvolvimento econômico".
Atendendo aos apelos da população, Wen garantiu atenção "a problemas que causam grande ressentimento entre as massas, como as expropriações não autorizadas de terra cultiváveis e as demolições ilegais de imóveis".
O primeiro-ministro lançou ainda uma severa advertência aos políticos corruptos.
A ANP é realizada em meio a fortes medidas de segurança, como o controle de todos os veículos que entram em Pequim vindos de outras províncias e a proibição do uso do espaço aéreo da capital chinesa.
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