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Protestos se espalham para bastião do regime no Iêmen
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DA REUTERS, EM SANAA
Protestos pelo fim do governo de 32 anos do ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, se espalhavam nesta terça-feira por uma área tribal do país considerada como base política do regime. Na capital, o governo colocou veículos militares nas ruas.
Cerca de 10 mil manifestantes participaram de passeata na cidade de Dhamar, 60 quilômetros ao sul de Sanaa, afirmaram moradores pelo telefone. Dhamar é conhecida pelos laços com Saleh e é a cidade natal do primeiro-ministro, do ministro do Interior e do presidente do Supremo Tribunal do Iêmen.
"Saiam, saiam!", gritaram os manifestantes em Dhamar, apenas dois dias após um protesto semelhante de apoiadores do regime.
As manifestações contra a pobreza e a corrupção, além de uma série de deserções de aliados políticos e tribais de Saleh, colocaram pressão sobre o presidente para que renuncie ainda este ano. Ele promete ficar até o fim do mandato, em 2013.
"O que estamos vendo é cada vez mais pessoas começando a se cristalizar em torno dessa demanda única pela renúncia do presidente", disse o acadêmico Gregory Johnsen, especialista em Iêmen, da Universidade de Princeton.
Na capital Sanaa, onde milhares de manifestantes acampam há semanas, veículos militares com soldados armados foram deslocados para as ruas em uma aparente resposta à convocação de uma passeata ao palácio presidencial.
A polícia preparou canhões de água e blocos de concreto em torno da Universidade de Sanaa, ponto de protestos contra o governo e que vinha se mantendo tranquilo nos últimos dias após semanas de intensos confrontos que mataram ao menos 27 pessoas.
O Iêmen, vizinho da Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo, já tinha dificuldades para sustentar o regime mesmo antes dos recentes protestos.
Saleh lutava para consolidar uma trégua com os rebeldes xiitas no norte do país e enfrentava uma rebelião separatista no sul, ao mesmo tempo em que combatia um braço do grupo Al Qaeda sediado no país.
Na semana passada, Saleh rejeitou um plano da coalizão oposicionista que abriria caminho para reformas políticas e eleitorais e permitiria a renúncia do presidente em 2011.
Em vez disso, ele aceitou uma reforma mais modesta, proposta por clérigos.
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