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09/03/2011 - 12h38

Confronto entre tropas e rebeldes deixa oleoduto em chamas na Líbia

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A refinaria da cidade de Ras Lanuf, no oeste da Líbia, ficou em chamas nesta quarta-feira, em meio ao bombardeio das forças leais ao ditador Muammar Gaddafi e os ataques com foguetes das forças rebeldes que controlam o local.

Os rebeldes dizem que as aeronaves de Gaddafi atingiram um oleoduto que liga a cidade a Es Sider e lançou bombas em tanques de armazenamento de petróleo --altamente explosivo-- na região de Ras Lanuf.

Um líder rebelde em Benghazi, reduto opositor no leste do país, acusou Gaddafi de "jogar sujo" ao atingir os oleodutos.

Já a televisão estatal líbia culpou elementos armados "apoiados pela rede terrorista Al Qaeda" pelas explosões, que teriam acontecido quando as forças governistas avançavam rumo a Ras Lanuf.

Segundo a agência de notícias Reuters, que cita moradores e rebeldes de Ras Lanuf, os aviões lançaram um amplo bombardeio perto das posições rebeldes, em torno do terminal de petróleo de Es Sider, explodindo os reservadores locais. Este terminal tem capacidade para exportar 200 mil barris de petróleo.

Os rebeldes retaliaram com foguetes enquanto colunas de fumaça preta subiam no céu. Quando a munição acabou, eles correram para recarregar e reiniciar o ataque.

A rede de TV Al Jazeera, que tem uma correspondente no local, disse que três colunas de fumaça preta e espessa saíam das instalações do terminal petrolífero, que conta com um porto e dois aeródromos.

Segundo seu relato, o violento ataque procede de vários pontos e principalmente do oeste de Ras Lanuf, e poderia significar que as forças do regime tentam tomar nesta quarta-feira o enclave, para o qual os rebeldes tiveram que recuar no domingo (6) após o fracasso de seu avanço sobre Sirte, a cidade natal de Gaddafi.

Os milicianos que empreenderam a retirada no domingo após a contraofensiva das tropas de Gaddafi receberam desde a segunda-feira reforços de rebeldes e algumas armas pesadas, mas lutam em inferioridade de condições frente ao poderio bélico governamental.

Em um posto de controle de Ras Lanuf, havia seis armas de combate antiaéreo, dois lançadores de morteiros e caixas de munição --a espera do avanço da frente de batalha.

"Nós estamos em uma posição defensiva agora por causa da artilharia pesada a frente. Nós avançamos cinco km", disse o coronel rebelde Masoud Mohammed.

POR TERRA

As forças de Gaddafi fecharam ainda o cerco aos rebeldes em Zawiya, a apenas 50 km da capital Trípoli, cercando a praça principal com tanques e atiradores de elite, segundo moradores e rebeldes.

"Nós podemos ver tanques. Os tanques estão em todos os lugares", disse um rebelde à agência de notícias Reuters.

"Eles cercaram a praça com atiradores de elite e tanques. A situação não é tão boa. É muito assustador. Há muitos atiradores", disse um morador consultado pela mesma agência.

O rebelde, que se identificou como Ibrahim, disse que as forças leais a Gaddafi controlam a estrada principal e os subúrbios de Zawiya, cidade de 290 mil habitantes. As forças rebeldes ainda controlam a praça central, mas o grupo de tropas inimigas estava a apenas 1.500 metros de distância.

Ibrahim disse ainda que há franco-atiradores do Exército no topo da maioria dos edifícios, que atiram em quem se atreve a sair de casa. "Há muitos mortos e não podemos sequer enterrá-los. Zawiya está deserta. Não há ninguém nas ruas. Nenhum animal, nem mesmo os pássaros no céu", disse ele.

Um porta-voz do governo disse que os soldados tinham quase total controle de Zawiya, mas ainda havia um pequeno grupo de rebeldes lutando. 'Talvez 30 ou 40 pessoas, escondendo-se nas ruas e no cemitério. Eles estão desesperados', disse o porta-voz, que não quis se identificar, em Trípoli.

Os repórteres estrangeiros foram impedidos de entrar Zawiya e em outras cidades perto da capital sem escolta oficial.

O número cada vez maior de vítimas e a ameaça de fome e uma crise de refugiados aumentaram a pressão sobre os governos estrangeiros para agir, mas muitos temem passar de sanções à ação militar. O presidente americano, Barack Obama, enfrentou críticas por ser cauteloso demais.

Com a hesitação da comunidade internacional em agir, o conflito da Líbia avança cada vez mais a um cenário de guerra civil. A contraofensiva de Gaddafi conseguiu impedir o avanço dos rebeldes no leste e deixou outros isolados nas cidades de Zawiya e Misrata, ambas no oeste.

Os combates obrigaram uma das maiores refinarias da Líbia, localizada perto de Zawiya, a parar de funcionar, segundo um funcionário. 'Armas pesadas foram disparadas nas proximidades e não podemos manter a refinaria funcionando sob essas condições', disse ele à Reuters.

 

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