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Apesar de cessar-fogo líbio, França diz estar pronta para ataque à Líbia
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O ministro de Relações Exteriores da França, Alain Juppe, disse nesta sexta-feira que o país está pronto para lançar ataques aéreos na Líbia, em cumprimento à resolução aprovada na véspera pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que estabelece uma zona de exclusão aérea no país africano.
Juppe repetiu o tom de desconfiança da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e disse que o cessar-fogo anunciado mais cedo pelo governo líbio precisa ser analisado.
"Ele tem que ser válido em todo o território da Líbia e não apenas em Benghazi", disse Juppe, se referindo ao reduto rebelde no leste líbio. "E nós acreditamos que a Líbia precisa cumprir com todas as resolução do Conselho de Segurança".
O cessar-fogo e a resolução da ONU serão avaliados, segundo Juppe, em uma cúpula em Paris neste sábado --que contará com representantes de vários países, incluindo Oriente Médio.
O Reino Unido, que patrocinou a medida com a França e os EUA, também já se prepara para uma possível ação militar. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que enviará jatos Typhoon e Tornado para bases aéreas "nas próximas horas".
"O tempo está passando e precisamos estar preparados para agir rapidamente", disse Cameron, acrescentando que Gaddafi precisa provar que ele quer mesmo um cessar-fogo.
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também prepara nesta sexta-feira suas forças para iniciar as operações militares na Líbia.
Hillary, por sua vez, disse que é muito cedo para avaliar o anúncio de cessar-fogo e que a comunidade quer ver a retirada das tropas de Gaddafi do leste da Líbia antes de qualquer coisa.
Por outro lado a Itália excluiu por enquanto a possibilidade de que seus aviões participem das operações, embora permitirá que suas bases sejam utilizadas na operação.
A Rússia, por sua vez, afirmou que não participará de uma operação militar na Líbia, depois de se abster no voto do Conselho de Segurança.
RESOLUÇÃO
A aprovação pela ONU era o obstáculo que os países citavam para não iniciar uma intervenção na guerra que se arrasta há um mês na Líbia, entre as forças leais ao ditador Gaddafi e rebeldes de oposição. Não há um saldo oficial atualizado, mas estimativas de organizações humanitárias falam em até 6.000 vítimas em mais de um mês de confrontos.
A criação da zona de exclusão aérea autoriza o abate de aviões do ditador líbio que decolem para atacar tropas opositoras. Em outras palavras, a ONU liberou o uso da força militar para que a resolução seja respeitada.
A medida endurece ainda o embargo e as sanções contra Gaddafi, seus familiares e círculo mais próximo de colaboradores implementadas no mês passado. Bens e fundos de investimento do ditador e sua família na Suíça e na União Europeia há haviam sido congelados semanas atrás.
Os Estados-membros da ONU podem agora adotar 'todas as medidas necessárias' --o que incluiria ataques aéreos-- para 'proteger os civis e as áreas povoadas por civis sob ataque na Líbia, incluindo Benghazi'.
O texto, contudo, exclui a presença de 'qualquer força de ocupação estrangeira de qualquer tipo, em qualquer parte do território líbio'.
A resolução foi aprovada por dez votos a favor (incluindo EUA, França e Reino Unido), nenhum contra e cinco abstenções --Rússia, China, Alemanha, Índia e Brasil.
O Brasil alegou temer que a resolução resulte em mais confrontos e disse defender uma solução pacífica aos confrontos.
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