Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/03/2011 - 16h58

Definição sobre vaga em conselho não deve ocorrer em 2011, diz Garcia

Publicidade

BRENO COSTA
ELIANE CANTANHÊDE
DE BRASÍLIA

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou neste sábado que a definição sobre um eventual assento no Conselho de Segurança da ONU não deverá acontecer este ano.

Apesar de dizer que o posicionamento expresso pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em comunicado oficial, representar "um avanço" em relação a posições anteriores dos americanos sobre o tema, Garcia disse que a reforma do conselho é uma "questão complicada" para os Estados Unidos.

"Eu não fiquei frustrado [com o comunicado]. Eu acho que essa é uma questão complicada para eles", disse Marco Aurélio, que participou de reunião ampliada no Palácio do Planalto com Obama e a presidente Dilma Rousseff.

Segundo integrantes da cúpula do Itamaraty, o comunicado conjunto que vinha sendo preparado ao longo da semana não fazia menção direta ao Conselho de Segurança. A mudança ocorreu ontem, a partir de determinação da Casa Branca e, possivelmente, do próprio Obama, sempre segundo a diplomacia brasileira. Segundo o Itamaraty, portanto, houve avanço no tema.

Marco Aurélio minimizou as diferenças de tom entre as declarações de Obama sobre o assento brasileiro no Conselho de Segurança e o apoio dado à Índia em novembro do ano passado.

"Eu acho que não está muito abaixo", afirmou Marco Aurélio Garcia.

O assessor da Presidência chegou a se dizer em dúvida sobre a tradução das palavras usadas por Obama nos dois comunicados. No entanto, a comparação dos originais em inglês não deixa dúvidas de que o presidente americano foi mais enfático no apoio à demanda indiana do que em relação à brasileira.

No comunicado divulgado neste sábado, está escrito que Obama "manifestou seu apreço à aspiração do Brasil de tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança". No caso da Índia, no ano passado, Obama afirmou que "buscamos [look forward, na versão original] uma reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas que inclua a Índia como um membro permanente".

Perguntado por que os Estados Unidos não foram mais enfáticos, já que supostamente apoiam a aspiração brasileira, Garcia disse que essa pergunta deveria ser respondida pelo próprio Obama.

Segundo Marco Aurélio, na conversa com o presidente americano, "cordial e franca", Dilma fez uma defesa da paz como preocupação central e que "devem ser esgotados todos os canais diplomáticos".

"Nós temos que ter um enorme cuidado com a utilização desse famoso direito de proteger. Porque se não tiver critérios muito rigorosos, muito estritos sobre isso, o direito de proteger pode ser, num determinado momento, um pretexto para invadir qualquer país", afirmou o assessor de Dilma.

CAÇAS

Em relação ao processo de compra de caças pela Força Aérea Brasileira para renovar sua frota, Garcia disse que houve uma "discussão genérica" e que Dilma afirmou a Obama que o ponto central para a definição da compra está na transferência de tecnologia, justamente um dos pontos que os americanos da Boeing não abrem mão.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página