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Haiti tem prova de fogo para democracia
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FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A PORTO PRÍNCIPE
Fritzgerald Dorilas, 43, diz que está muito feliz com a volta do ex-presidente Jean Bertrand Aristide ao Haiti.
Afinal, diz, ele é um haitiano como qualquer outro e tem esse direito. Depois, Aristide é um homem querido, no qual ele votou nas vezes em que pode fazê-lo.
Mas Dorilas muda de feição quando o assunto é a eleição de hoje, para escolher o presidente do país pelos próximos cinco anos -e também parte dos senadores e deputados.
"Vamos deixar alguém novo tentar, ter a chance", disse o motorista que era, na quinta-feira, um na multidão no centro de Porto Príncipe que esperava o showmício de Michel Martelly.
Martelly, 50, é o cantor-candidato que enfrentará a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, 70, num inédito segundo turno no país que voltou a uma turbulenta democracia apenas em 1990.
Será um embate mais de estilos do que de projetos --ambos são conservadores.
Se tudo correr bem até a posse do mandatário, será a primeira vez em 206 anos que o Haiti terá uma transição democrática com alternância de grupo de poder.
A votação de hoje é a prova de fogo para a legitimidade de um processo questionado desde a lista de candidatos até a desorganização e as denúncias de fraude no primeiro turno, em novembro.
Não participará formalmente da disputa o Família Lavalas, de Aristide (candidatos reivindicaram seu legado, mas sem seu endosso).
A volta, anteontem, do ex-presidente deposto em 2004 só reforçou o vácuo. Ele disse que excluir a legenda é excluir a maioria. Teme-se que seus correligionários se envolvam em violência hoje.
A votação também ocorre sob a sombra dos problemas do primeiro turno. Por pressão da ONU e dos países doadores --entre eles EUA, França e Brasil--, as autoridades eleitorais haitianas excluíram do duelo final o candidato governista Jude Célestin.
A mudança foi feita com base num relatório da Organização dos Estados Americanos, que apontou fraude nos resultados e falhas em inúmeros procedimentos de controle. O Conselho Eleitoral Provisório diz que cumpriu parte das recomendações e que hoje estará minimizado o problema dos eleitores que não achavam seus nomes nas listas de votação.
Com um orçamento dependente da ajuda internacional e com uma eleição garantida pelos grandes países doadores, o novo presidente também terá de discutir a presença da Minustah, a força de estabilização da ONU, no país desde 2004. O braço militar da missão é comandado pelo Brasil.
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