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Separatistas tchetchenos usam site como porta-voz
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MARINA DARMAROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MOSCOU
Apesar da perseguição russa, um site vem atuando como o principal porta-voz da guerrilha separatista tchetchena. Ele publica vídeos de líderes extremistas e mensagens de caráter religioso em cinco línguas.
Quase três semanas após o ataque suicida que, em 24 de janeiro, deixou 36 mortos e 180 feridos num aeroporto em Moscou, um dos líderes guerrilheiros tchetchenos, Doku Umarov, reivindicou a autoria do atentado num vídeo postado no site Kavkaz center.com.
Proclamando-se um "centro de análise dos fatos", o Kavkazcenter poderia ser o site de uma agência de notícias comum --não fosse o fato de que é controlado pela maior militância extremista do norte do Cáucaso.
"Não só Umarov, mas o chefe ideológico da ala islâmica, Movladi Udugov, são os oponentes da Rússia na mesma medida em que Osama bin Laden é ou era o de George W. Bush", disse o jornalista Tony Wood, autor de um livro independente sobre as guerras da Tchetchênia.
Udugov é um dos idealizadores da criação de um Estado islâmico no norte do Cáucaso e fundou o site na década de 90.
A origem do conflito na região remonta à época czarista, quando áreas predominantemente muçulmanas foram anexadas à Rússia, segundo o imã Syed Soharqwardy, da ONG Muçulmanos contra o Terrorismo.
Bloqueado pelos servidores russos a mando do governo, seu acesso ainda é possível no exterior e também dentro do país.
SITES-ESPELHO
Para burlar a censura, seus operadores usam sites-espelho --programas que copiam o conteúdo original do site e o hospedam em vários servidores diferentes.
O Kremlin não só tentou impedir o funcionamento do site no país como pressionou outras nações a bani-lo de seus servidores de internet.
Como resultado, os realizadores da página viram-se obrigados a mudar de servidor diversas vezes.
O Kavkazcenter já esteve hospedado nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Malásia, na Estônia, na Suécia e na Finlândia.
Da Lituânia, foi expulso logo após a publicação de uma série de fotografias das preparações do ataque à escola de Beslan.
Contudo o site tem cinco opções de línguas (russo, ucraniano, árabe, turco e inglês) e não inclui o tchetcheno --o que, para os russos, indica que ele não representa a população do Cáucaso.
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