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Em Portugal, partidos querem antecipar eleições para maio
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DA REUTERS, EM LISBOA
Os líderes políticos de Portugal pediram nesta sexta-feira que o presidente do país, Aníbal Cavaco Silva, convoque eleições antecipadas no fim de maio ou início de junho, rejeitando assim a de formação de um governo de coalizão após a renúncia do premiê José Sócrates na quarta-feira (23).
Imerso numa grave crise econômica, que motivou a queda do governo, Portugal pode se ver forçado a requisitar um socorro financeiro da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) depois de meses de esforço desesperado para evitar tornar-se o terceiro país da zona do euro a procurar ajuda, depois da Grécia e da Irlanda.
A renúncia de Sócrates foi motivada pela rejeição, pelo Parlamento, do pacote de medidas de austeridade para evitar recorrer à ajuda externa, proposto pelo seu governo que não detinha maioria parlamentar.
URGÊNCIA
Pedro Passos Coelho, líder do principal partido oposicionista, o Social Democrata (PSD), que está à frente nas pesquisas de opinião, disse ter sugerido a data de 29 de maio para a eleição durante conversa com Cavaco Silva -- o menor prazo possível, pela lei portuguesa.
"Eu disse ao presidente que em nossa opinião o meio de superar a crise política é convocar eleições antecipadas. Nós estamos convencidos de que uma eleição tem de ser realizada o mais cedo possível, e propusemos o dia 29 de maio', disse a repórteres.
Antes disso, outros líderes oposicionistas haviam sugerido como datas para o pleito 29 de maio ou 5 de junho. Nenhum mencionou a possibilidade de formar uma coalizão --opção que o presidente tem de levar em conta, mas que muitos analistas consideram ser extremamente improvável.
RISCO
A crise política levou as agências de classificação de risco Standard & Poor's e Fitch a rebaixar Portugal e impulsionou as taxas sobre a dívida portuguesa a níveis recordes.
A decisão da S&P de rebaixar Portugal em dois graus veio com uma advertência de que poderia reduzir ainda mais a nota já na próxima semana, dependendo do formato final do plano de ajuda da zona do euro. Agora, a S&P classifica Portugal abaixo da Irlanda.
Líderes europeus concordaram com um novo pacote de medidas anticrise em uma cúpula de dois dias, mas adiaram até junho elevar seu fundo de resgate e admitiram que enfrentam novas ameaças da crise política portuguesa.
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