Fitch rebaixa classificação de risco de banco português

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota do maior banco de Portugal e colocou outros cinco em observação.

Agência destacou que, se o governo português não for ajudado em breve, pode voltar a rebaixar a nota do país.

A Fitch já reduziu em duas notas a classificação de risco do Portugal na quinta-feira passada. A agência S&P (Standard & Poor's) anunciou dois cortes da nota de Portugal no intervalo menor que o de uma semana.

A crise financeira foi aprofundada no país na quarta-feira da semana passada, quando o primeiro-ministro José Sócrates renunciou ao ser derrotado no Parlamento na votação do pacote de ajuste fiscal para conter o aumento da dívida e deficit públicos.

A situação continua a se deteriorar a cada dia, com os juros dos títulos públicos do país batendo sucessivos recordes. Nesta quarta-feira, os juros dos títulos de 10 anos ultrapassaram a marca de 8%_ um patamar considerado insustentável pelo mercado financeiro. Os juros dos títulos com vencimento em cinco anos superaram a barreira de 9% ao ano.

Em um comunicado, a Fitch anunciou o rebaixamento da nota de risco do maior banco português, a estatal Caixa Geral de Depósitos, de A para BBB+. Segundo a agência, a decisão foi uma consequência da redução da nota de risco soberano do país.

A agência colocou em alerta outras cinco instituições privadas: o Banco Comercial Português, o Banco Português de Investimento, o Banco Internacional de Funchal, o Montepio Geral e o Santander Totta. Essa decisão, segundo a agência, reflete a incidência dessas instituições dos problemas financeiros e as incertezas sobre a crise econômica no país.

A Fitch considera inevitável que Portugal precise de ajuda financeira internacional e adverte que, se o país não aceitar de imediato essa ajuda, voltará a rebaixar a nota de crédito do país.