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Ditador da Síria promulga decreto para naturalizar curdos
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Em mais uma medida para acalmar os manifestantes da oposição, o ditador da Síria, Bashar Al Assad, promulgou nesta quinta-feira um decreto que concede a cidadania a habitantes de origem curda na região nordeste do país, uma questão que se arrastava há quase meio século.
"Assad promulgou um decreto que concede a pessoas registradas como estrangeiros em Hasake a cidadania árabe-síria", afirma um comunicado oficial divulgado pela agência Sana.
Os curdos são a maior minoria étnica da Síria. Mas milhares deles não eram considerados cidadãos desde um polêmico Censo em 1962, que definiu 20% dos curdos sírios como estrangeiros.
Em 31 de março passado, Assad ordenou a criação de uma comissão para rever o Censo realizado em Hasake. A comissão deveria concluir a tarefa até 15 de abril, mas o ditador conseguiu adiantar o trabalho e regularizou quase 300 mil curdos sírios.
Também nesta quinta-feira, Assad derrubou o governador da província central de Homs, que teria testemunhado as disputas entre manifestantes contrários ao governo e as forças de segurança.
No mês passado, protestos pró-democracia eclodiram na cidade de Deraa, de maioria sunita, e depois se espalharam para outras localidades, incluindo a cidade portuária de Latakia, onde há uma mistura de religiões, gerando um desafio ao governo de 11 anos de Assad.
Assad combate com forte repressão as manifestações contra seu governo e por reformas políticas. Os protestos começaram em 18 de março, parte da onda de revoltas que tomou o mundo árabe.
VEÚ
Nesta quarta-feira, a Síria suspendeu a ordem que proibia professoras de usarem o niqab, véu islâmico que deixa penas os olhos à mostra, e ordenou o fechamento de um cassino, medidas que têm como objetivo se aproximar dos muçulmanos conservadores do país.
As decisões desta quarta-feira têm como objetivo acalmar os conservadores religiosos no país, onde a maioria da população é sunita e a hierarquia do governo é da minoria Alawite, uma ramificação do islamismo xiita.
O ministro interino da Eduçacão, Ali Saad, disse que o ministério decidiu permitir que professoras que usam o niqab voltem ao trabalho, segundo a agência estatal de notícias Sana. Assad impôs a proibição ao niqab no ano passado.
O jornal sírio "Al Tishreen" também divulgou o fechamento do único cassino do país, porque "aqueles que frequentam o cassino estão envolvidos em atos ilegais".
O Partido Baath, de Assad, está no poder há 48 anos e é secular, mas a base da política externa síria é sua aliança anti-Israel com o Irã, a milícia xiita Hizbollah e o grupo islâmico palestino Hamas.
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