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10/04/2011 - 17h52

ONU diz ter atacado armamento de Gbagbo na Costa do Marfim

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DA REUTERS, EM ABIDJAN

Helicópteros franceses e das Nações Unidas atacaram armamento pesado pertencente a tropas leais ao atual presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, disse o porta-voz da missão das Nações Unidas.

"Estamos em uma operação para neutralizar o armamento pesado de Gbagbo. Tivemos que suspender a operação por uns dias para avaliar e nos demos conta de que ainda há armamento pesado que eles usaram contra civis e contra as Nações Unidas", disse Hamadoun Toure à agência Reuters.

Um correspondente da Reuters na base militar francesa, a 15 km da casa de Gbagbo, disse poder ouvir explosões. Segundo ele, quatro helicópteros, dois das Nações Unidas e dois da França, estão na operação. Um morador da região afirmou que pode ver uma fumaça preta.

No sábado, tropas leais a Gbagbo atacaram em Abidjan o hotel onde está Alassane Ouattara, que clama a Presidência do país. O hotel é guardado por forças das Nações Unidas.

Advogados de Ouattara, em carta neste domingo, pediram que as forças internacionais eliminem o armamento pesado e as milícias de Gbagbo e o levem ao tribunal.

NEGATIVA

O grupo do presidente marfinense que se recusa deixar o poder negou ter atacado o Hotel Golfe, sede do governo do líder eleito, e tachou as informações de "montagem".

Em declarações à emissora da Missão das Nações Unidas em Costa do Marfim (Onuci), o porta-voz de Gbagbo, Ahoua don Mello, disse que o suposto ataque com armamento pesado realizado pelos militares fiéis a Gbagbo é um "golpe inventado".

Mello afirmou que o suposto ataque é um "pretexto" para que a Onuci e a operação francesa Licorne possam justificar nova ação contra a residência de Gbagbo.

No sábado à noite, os aliados de Ouattara informaram que o Hotel Golfe de Abidjan havia sido alvo de ataques "por todos os lados" executados pelas forças leais a Gbagbo.

"Por volta das 13h [de Brasília], o Hotel Golfe, onde está o chefe de Estado, Alassane Ouattara, seu governo e vários civis, foi atacado por todos os lados por mercenários, milicianos e soldados de Laurent Gbagbo", acrescentou em comunicado pela televisão o primeiro-ministro e ministro da Defesa de Ouattara, Guillaume Soro.

Poucas horas antes, moradores do bairro de Riviera Golfe confirmaram que foram ouvidos disparos de armamento pesado nas imediações do prédio.

Conforme o capitão Alla Kouakou Léon, a Onuci e as FRCI (Forças Republicanas da Costa do Marfim), leais a Ouattara, rejeitaram o ataque, e precisaram que não havia nenhuma vítima em seu grupo em consequência dos disparos.

O porta-voz da ONUCI, Hamadoun Touré, ofereceu a mesma versão que Soro, e especificou que seus militares haviam "ignorado deliberadamente a residência de Gbagbo" entre seus objetivos.

Enquanto isso, Gbagbo segue entrincheirado na residência presidencial de Cocody, a partir de onde fez um chamado à resistência aos seus seguidores.

O subsecretário-geral da ONU para as operações de paz, Alain Le Roy, alertou na sexta-feira sobre a estratégia de Gbagbo, que ameaçou com uma negociação esta semana para que suas forças ganhassem posições.

A atual crise marfinense começou depois do segundo turno das eleições presidenciais, em 28 de novembro, quando Gbagbo, presidente da Costa do Marfim desde 2000, se negou a admitir sua derrota frente a Ouattara e a ceder o poder, apesar do forte pressão internacional para que deixe a presidência.

 

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