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13/04/2011 - 08h37

China mantém posição sobre reforma em conselho da ONU, diz Patriota

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FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

A declaração da China sobre a candidatura do Brasil a membro permanente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) não traz mudanças de fundo, afirmou hoje o chanceler brasileiro, Antonio Patriota. Segundo ele, o apoio não tem sido mais explícito por causa da estratégia brasileira de se aliar a países que sofrem com a "reserva" de Pequim.

"Mudança de fundo não creio que tenha havido. É uma conciliação de uma disposição favorável em relação ao Brasil, de uma valorização do trabalho do Brasil, e acho que hoje em dia até maior do que no passado, com essa reserva com relação à articulação brasileira no G4, que une Brasil, Índia, Japão e Alemanha", disse.

"A declaração só não é mais explícita porque, como você sabe, a República Popular da China não tem uma posição idêntica à do Brasil sobre a reforma do Conselho de Segurança, ela tem dificuldades com alguns dos candidatos a membros permanentes", afirmou. "Por isso essa linguagem às vezes um pouco difícil de entender."

"Desde alguns anos que a China diz que, quando chegar a hora da reforma, de identificar quem poderão ser os novos membros permanentes, o Brasil será um país com óbvias credenciais', disse Patriota. Segundo ele, 'é uma conversa dos anos 1990".

Patriota disse que o comunicado de ontem é uma "boa manifestação" por usar "uma linguagem muito afirmativa".

O chanceler fez as declarações pouco antes de embarcar de Pequim rumo à ilha de Hainan (sul da China), onde a presidente Dilma Rousseff participará da cúpula dos Brics a partir de amanhã.

A China vem mantendo a posição oficial de defender uma reforma ampla que não se restrinja ao Conselho de Segurança, do qual é um dos cinco membros permanentes. Nos bastidores, trabalha contra as candidaturas de Japão e Índia, com quem tem disputas territoriais e desavenças históricas. Os dois são integrantes do G4, ao lado de Brasil e Alemanha.

No comunicado assinado ontem pela presidente Dilma Rousseff e seu anfitrião, Hu Jintao, os dois governos "apoiam uma reforma abrangente da ONU, incluindo o aumento da representação dos países em desenvolvimento no Conselho de Segurança como uma prioridade".

"A China atribui alta importância à influência e ao papel que o Brasil, como maior país em desenvolvimento do hemisfério ocidental, tem desempenhado nos assuntos regionais e internacionais, e compreende e apoia a aspiração brasileira de vir a desempenhar papel mais proeminente nas Nações Unidas."

Segundo diplomatas envolvidos no tema, a grande novidade foi a inclusão do termo "Conselho de Segurança" na declaração.

Na última reunião de cúpula entre dois países, há cerca de um ano, o comunicado conjunto falava na "urgência de ampliar, por meio de reformas abrangentes, a representatividade e a voz dos países em desenvolvimento nas organizações internacionais".

No documento, assinado em 15 de abril de 2010 por Lula e Hu Jintao, a China demonstra "apoio à aspiração do Brasil, como maior país em desenvolvimento do hemisfério ocidental, a desempenhar maior papel" na ONU.

 

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