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Hillary condena "ataques selvagens" de Gaddafi contra os civis
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, condenou nesta quarta-feira os "ataques selvagens e contínuos" do regime de Muammar Gaddafi contra civis líbios.
"Os Estados Unidos condenam os contínuos ataques brutais contra o povo líbio e a violação da resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que pede o fim de todo tipo de ataques contra civis", disse em comunicado.
O líder rebelde líbio Mahmoud Jibril se reunirá com funcionários americanos em Washington a partir de quinta-feira, anunciou horas antes o Departamento de Estado.
Jibril, encarregado das Relações Exteriores no Conselho Nacional de Transição (CNT), deve se encontrar com membros do Congresso e dirigentes do Departamento de Defesa, informou o porta-voz Mark Toner.
Ele ainda tem um encontro marcado com Jim Steinberg, o nº 2 da diplomacia americana.
"Esses encontros vão permitir que continuemos a conhecer melhor a oposição, o CNT e seu projeto para a Líbia", comentou Toner.
Jibril havia conversado há algumas semanas em Paris com a secretária de Estado Hillary Clinton, que estará este fim de semana em Berlim para um encontro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Mahmoud Jibril deve também participar na sexta-feira de uma conferência no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), anunciou separadamente este centro de estudos, com sede na capital dos Estados Unidos.
Jibril irá pela manhã de quinta-feira ao Capitólio com o senador John Kerry, presidente da comissão de Relações Exteriores do Senado.
Acompanhados do embaixador líbio Ali Aujali, os dois vão participar de uma coletiva de imprensa por volta das 11h30 locais (12h30, em Brasília).
"A comissão de Relações Exteriores e os americanos estão impacientes para saber mais sobre a oposição na Líbia e Mahmoud Jibril está na posição de responder a nossas perguntas", declarou Kerry em um comunicado nesta quarta-feira.
GRUPO DE CONTATO
A reunião em Washington ocorrerá um dia após o Grupo de Contato sobre a Líbia anunciar em reunião em Doha o fornecimento de ajuda financeira e apoio material aos rebeldes líbios, sem mencionar de forma explícita o envio de armamentos no comunicado, embora o Reino Unido e a Itália tenham mostrado divergências quanto à questão.
Segundo o comunicado final da reunião de Doha, da qual participaram 20 países e organizações sob a presidência do Reino Unido e do Qatar, decidiu estabelecer "um mecanismo financeiro temporário" para ajudar o CNT, órgão político da rebelião.
O grupo declarou também que o Conselho Nacional de Transição (CNT) é o representante "legítimo" do povo líbio, e reiterou a necessidade de saída do ditador Muammar Gaddafi.
Esse mecanismo servirá para "dotar o CNT e a comunidade internacional de meios para administrar as ajudas e atender às necessidades urgentes" das regiões controladas pela rebelião no leste do país.
Nenhuma indicação foi dada sobre o valor do fundo e sobre os países que devem contribuir; mas a rebelião havia indicado antes da reunião esperar que os recursos congelados como parte das sanções contra o regime de Gaddafi fossem colocados à disposição.
FORNECIMENTO DE ARMAS
O grupo de contato também decidiu fornecer ajuda à rebelião, incluindo "um apoio material" de acordo com as resoluções 1970 e 1973 da ONU (Organização das Nações Unidas).
O texto das medidas aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU determina um embargo à venda de armamentos ao país, como forma de impedir que Gaddafi compre novas armas do exterior.
No entanto, houve divergência quanto à interpretação das medidas durante a reunião.
Ouvidos sobre o alcance desta decisão, os ministros britânico e italiano das Relações Exteriores, William Hague e Franco Frattini, mostraram posições diferentes.
Hague mencionou o fornecimento de meios de comunicação, mas Frattini considerou que "a resolução 1973 não impede o fornecimento de armas, de armas não ofensivas, de armas de autodefesa".
"Ou nós fornecemos a essas pessoas os meios para se defenderem, ou nos livramos da obrigação de defender a população da Líbia", acrescentou à imprensa.
O xeque Hamad ressaltou que "o povo líbio tem o direito de assegurar sua defesa contra os ataques contínuos das forças pró-Gaddafi "A autodefesa precisa dos equipamentos, que não sejam ofensivos, mas defensivos", acrescentou.
BOMBARDEIOS
Mais cedo, a Otan confirmou ter bombardeado depósitos de munições no oeste da Líbia, em um momento em que França e Reino Unido pedem mais operações no país para proteger os civis.
"Podemos confirmar que houve um ataque aéreo deliberado a esses arsenais situados a 13,5 km a sudeste de Al Aziziya", declarou a porta-voz adjunta da Otan, Carmen Romero.
Al Aziziyah, no noroeste da Líbia, fica a 50 km a sudoeste de Trípoli. Mais cedo, a agência oficial líbia Jana já haavia informado que as forças da Otan haviam efetuado vários ataques aéreos contra Misrata, Al Aziziya e Sirte, a cidade natal do ditador líbio Muammar Gaddafi, que fica a 600 km a leste de Trípoli.
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