Publicidade
Publicidade
Presidente sírio anuncia fim de Estado de emergência
Publicidade
DA FRANCE PRESSE, EM DAMASCO
O presidente sírio Bashar al Assad anunciou neste sábado que estado de emergência em vigor no país desde 1963 será abolido dentro de uma semana, satisfazendo assim uma das principais reivindicações dos manifestantes sírios.
Assad também expressou seu pesar pela morte de manifestantes, cerca de 200 segundo estimativas de ONGs de direitos humanos, durante os protestos contra seu regime.
O presidente sírio pronunciou seu discurso por ocasião da primeira reunião do governo formado na quinta-feira, em pleno movimento de protestos contra o regime.
"A comissão jurídica da lei de emergência elaborou uma série de propostas visando a uma nova legislação. Essas propostas serão submetidas ao governo que promulgará a lei (...) dentro de uma semana no máximo", afirmou Assad.
Segundo ele, "a abolição da lei de emergência vai reforçar a segurança na Síria e preservará a dignidade dos cidadãos". Em 31 março, presidente Assad encarregou uma comissão de redigir, até 25 de abril, uma nova legislação para substituir o estado de emergência.
O estado de emergência foi decretado no final de 1962 pelo partido Baath, que assumiu o poder em março de 1963. Essa lei reduz sensivelmente as liberdades públicas, impõe restrições sobre a liberdade de reunião e movimentação, e permite a prisão de 'suspeitos que ameaçam a segurança'
"O sangue derramado nos deixa penalizado (...). Nós lamentamos a morte de todas as pessoas, civis ou forças armadas, e os consideramos mártires", acrescentou Assad em seu discurso, transmitido pela televisão.
Segundo a Anistia Internacional, pelo menos 200 pessoas morreram na repressão. A Human Rights Watch acusou, por sua vez, os serviços de segurança sírios de torturar muitos manifestantes detidos desde o início dos protestos.As autoridades acusam bandos criminosos ou armados de serem os responsáveis por essas mortes.
MOTIVOS
Assad também enumerou uma série de problemas que levaram, segundo ele, as pessoas a se manifestarem, notadamente a falta de emprego e a corrupção. "A corrupção é uma ameaça para o futuro do país e seu desenvolvimento", declarou.
O presidente falou à nação pela primeira vez desde o início dos protestos em 30 março, denunciando uma "conspiração" contra o país.
Neste sábado, milhares de pessoas participaram, em Banias, noroeste da Síria, nos funerais de um homem que morreu baleado em 10 de abril passado, segundo militantes de direitos humanos. Os manifestantes gritaram slogans contra o partido Baath, no poder na Síria há quase 50 anos, e pediram liberdades e a queda do regime.
Cerca de 400 mulheres também se manifestaram no centro da cidade para prestar uma homenagem ao morto.
Na véspera, milhares de sírios se manifestaram contra o regime, apesar da libertação de manifestantes detidos desde o início do movimento de protesto e após a formação de um novo governo, responsável por empreender reformas.
"Entre 2.500 e 3.000 pessoas se manifestaram na praça Al-Saraya, no centro de Deraa (sul), gritando slogans a favor da liberdade e hostis ao regime", afirmou um militante de direitos humanos que pediu o anonimato. Foi nesta cidade, situada 100 km ao sul de Damasco, que a revolta teve início.
Estas novas manifestações, convocadas pelos manifestantes no Facebook, e o discurso de Assad ocorrem um dia após a formação de um novo governo.
Este gabinete, dirigido por Adel Safar, tem por objetivo implementar o programa de reformas (que inclui o levantamento da lei de emergência), a liberalização da imprensa e a instauração do pluralismo político, medidas exigidas pelos manifestantes.
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice