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22/04/2011 - 19h02

França exige fim da violência na Síria; ao menos 70 morreram

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A França exigiu das autoridades sírias o fim do "uso da violência contra seus cidadãos" e a realização de reformas, após a morte de mais de 70 pessoas nas manifestações desta sexta-feira.

"As autoridades sírias devem renunciar ao uso da violência contra seus cidadãos", diz um comunicado da chancelaria francesa lido pela porta-voz Christine Fages.

A posição francesa chega após relatos de ativistas de ONGs de direitos humanos que apontam para a morte de ao menos 70 pessoas no dia mais sangrento na Síria desde o início dos protestos contra o ditador Bashar al Assad.

"Apelamos ao início, sem demora, de um diálogo político inclusivo e que leve a reformas que respondam às aspirações legítimas do povo sírio. O fim do estado de emergência deve ser traduzido em fatos", acrescenta o texto.

A porta-voz também destacou a "preocupação" da França com as informações sobre a morte de mais de 70 manifestantes nesta sexta-feira, em diferentes cidades sírias, e pediu ao regime sírio a libertação de "todos os presos de opinião e de todos os detidos nos protestos".

MORTES

As ONGs Sawasiah, com sede na Síria, e o Comitê Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, informam, com base em informações enviadas por seus militantes no país, que os confrontos já deixaram ao menos 70 mortos.

Reuters
Multidão protesta na cidade portuária de Banias, na Síria; ao menos 70 pessoas morreram, indicam ativistas
Multidão protesta na cidade portuária de Banias, na Síria; ao menos 70 pessoas morreram, indicam ativistas

O número também está sendo divulgado pelas emissoras de TV Al Jazeera e Al Arabiya, segundo relatos de ativistas.

Já a agência Associated Press diz ter recebido dados da ONG Anistia Internacional apontando para ao menos 75 mortos.

As mortes ocorreram no distrito de Barzeh, em Damasco, e nos subúrbios de Zamalka, Harasta, Douma, Muadamiya, Qaboun e Hajar al Asswad, em torno da capital. Outros morreram nas cidades de Hama, Latakia, Homs, Hirak, Duma, e Ezra, na província de Deraa, no sul.

EUA CONDENAM VIOLÊNCIA

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, conversou com jornalistas durante voo do presidente Barack Obama entre a Califórnia e Washington nesta sexta-feira, e disse que "nós condenamos o uso da violência".

Ele pediu que o governo sírio "interrompa e desista do uso de violência contra manifestantes" e implemente as reformas prometidas".

Petros Karadjias/Associated Press
Manifestante queima imagem do ditador Bashar al Assad em protestos em frente à Embaixada da Síria no Chipre
Manifestante queima imagem do ditador Bashar al Assad em protestos em frente à Embaixada da Síria no Chipre

A posição americana ocorrem no dia em que forças de segurança sírias atiraram contra dezenas de manifestantes no dia mais sangrento em um mês de crescentes protestos contra o presidente sírio, Bashar al Assad.

REPRESSÃO SANGRENTA

Dezenas de pessoas morreram devido aos disparos das forças de segurança contra opositores ao regime que foram às ruas nesta sexta-feira na Síria, relataram testemunhas e militantes dos direitos humanos.

Os protestos ocorrem apesar da decisão de Al Assad de derrubar o estado de emergência, em vigor no país há quase cinco décadas, e abolir os tribunais de segurança estaduais que operavam fora do sistema judiciário normal para julgar pessoas consideradas dissidentes.

De acordo com o ativista Ammar Qurabi a maioria dos mortos foi baleada, e alguns outros morreram após inalarem gás lacrimogêneo.

Associated Press
Manifestantes saem às ruas de Homs; ao menos 70 pessoas morrem durante confrontos
Manifestantes saem às ruas de Homs; ao menos 70 pessoas morrem durante confrontos

Segundo testemunhas, ao menos 14 pessoas morreram na localidade de Ezreh, na província de Deraa (ao sul de Damasco), epicentro dos protestos contra o regime. Uma pessoa morreu em Hirak, também na província de Deraa, e outras nove morreram em Duma, 15 quilômetros ao norte de Damasco.

Outras duas pessoas morreram em Barzeh, uma em Harasta e três em Maadamiya --localidades da periferia de Damasco. Mais dois foram mortos em Hama, 210 quilômetros ao norte de Damasco, dois em Latakia --o principal porto do país, localizado a 350 km a noroeste de Damasco-- e quatro na cidade de Homs (centro).

Além disso, dezenas ficaram feridos por disparos das forças da ordem que tentavam dispersar os manifestantes em várias cidades, segundo as mesmas fontes.

Milhares de manifestantes foram às ruas de várias cidades da Síria hoje. A data foi classificada como a "Grande Sexta-Feira", denominação que tem conotações políticas e religiosas, porque assim é chamada entre os cristãos do Oriente Médio a Sexta-Feira Santa.

Reuters
Manifestantes vão às ruas durante protesto em Deraa (sul); cidades amanhecem com cerco de segurança
Manifestantes vão às ruas durante protesto em Deraa (sul); forças de segurança disparam contra manifestantes

Os grupos que convocaram os protestos querem que a data seja celebrada com uma presença em massa nas manifestações que estão convocadas depois das orações das 12h, a celebração religiosa semanal mais importante para os muçulmanos.

De fato, o logotipo utilizado por um grupo do Facebook onde se concentram as informações dos ativistas da oposição tem uma cruz e uma meia-lua unidas, com as cores da bandeira síria, sobre a frase "Al Gomaa al Azimaa (Grande Sexta-Feira) - 22 de abril".

De acordo com organismos de direitos humanos, cerca de 200 pessoas morreram desde que, em meados de março, se intensificaram os protestos políticos na Síria, que começaram em fevereiro.

 

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