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30/04/2011 - 09h03

Ditador líbio nega renúncia e convida França e EUA a negociar

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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ditador líbio, Muammar Gaddafi, reiterou na noite deste sábado que não vai renunciar ao poder e convidou França e Estados Unidos a negociar com ele uma solução para a crise na Líbia, em um discurso exibido pela televisão estatal.

O discurso foi exibido ao mesmo tempo que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que comanda a operação militar na Líbia, lançava bombardeios contra um complexo do governo na capital líbia.

Gaddafi, que resiste há mais de um mês à intervenção militar internacional e há quatro meses de revolta oposicionista no leste, reiterou que não está disposto a renunciar e que a Otan "deve abandonar qualquer esperança de uma saída".

Libyan TV/France Presse
Imagem retirada de vídeo mostra Muammar Gaddafi em mais um discurso de resistência contra tropas da Otan
Imagem retirada de vídeo mostra Muammar Gaddafi em mais um discurso de resistência contra tropas da Otan

"Não tenho função oficial para renunciar a ela. Não abandonarei meu país, e combaterei até a morte", declarou Gaddafi no pronunciamento. "Eu sou sagrado para o povo líbio, eu sou um símbolo e um pai para eles", insistiu.

Gaddafi fez ainda mais uma oferta de negociação, "mas sem condições". As ofertas anteriores de negociação acabaram em fracasso e mais sangue derramada na ofensiva de Gaddafi contra os rebeldes, muitos sem treinamento militar algum e com armamento precário.

"Nós não nos renderemos, mas eu os convido a negociar. Se vocês querem o petróleo, venham para que assinemos acordos com suas empresas, mas não vale a pena fazer uma guerra. Podemos solucionar nossos problemas entre os líbios sem luta; retirem suas frotas e aviões", afirmou, em um recado à Otan.

"A (Líbia) esteve pronta até agora para entrar em um cessar-fogo... mas o cessar-fogo não pode ser de uma só parte. Fomos os primeiros a dar as boas-vindas a um cessar-fogo e fomos os primeiros a aceitá-lo, mas o ataque cruzado da Otan não parou", disse o coronel.

A oferta, contudo, não foi bem recebida pela Otan. Um oficial da aliança em Bruxelas afirmou que Gaddafi deve encerrar seus ataques antes de qualquer oferta de cessar-fogo.

O oficial, que falou em condição de anonimato por não ter autorização, disse que a aliança quer "ações e não palavras" e lembrou as fracassadas ofertas feitas anteriormente pelo ditador.

ITÁLIA

O discurso foi pronunciado durante uma cerimônia por ocasião do centenário de uma batalha contra as forças de ocupação italianas.

Gaddafi aproveitou para reprovar a decisão da Itália de voltar a lançar uma agressão contra a Líbia e empregar seu poderio militar para "matar líbios", segundo o texto divulgado pela agência oficial de notícias Jana.

Louafi Larbi /Reuters
Pessoas caminham por prédio da Comissão para Crianças, que Trípoli diz ter sido destruído por ataque da Otan
Pessoas caminham por prédio da Comissão para Crianças, que Trípoli diz ter sido destruído por ataque da Otan

"Onde estão o tratado de amizade e o acordo de não agressão? Onde está meu amigo [premiê italiano, Silvio] Berlusconi? Onde está o Parlamento italiano?", questionou o coronel líbio.

Gaddafi sublinhou que, se o petróleo for o motivo da agressão ocidental, "assinaremos contratos com suas empresas. Não precisamos de uma guerra para isso".

O dirigente líbio afirmou ainda que os rebeldes que lutam contra suas forças "são terroristas que não vêm da Líbia, e sim da Argélia, Egito, Tunísia e Afeganistão". "Enfrentaremos eles, crianças, mulheres e idosos, mas sem armas", completou, aparentemente ignorando relatos de milhares de mortes pelas forças que lutam em seu nome.

 

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