Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
06/05/2011 - 08h16

ONU pressiona EUA por circunstâncias da morte de Bin Laden

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Investigadores de direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) pediram nesta sexta-feira aos Estados Unidos que revelem todos os fatos envolvendo a morte do terrorista Osama bin Laden para determinar se foram respeitadas as normas internacionais e se foi considerada a possibilidade de capturá-lo vivo.

Veja galeria de imagens da visita de Obama a NY
IMAGENS FORTES: Agência divulga fotos do local onde Bin Laden foi morto
Legalidade de ação militar que matou Bin Laden é questionada
Entenda a operação que matou Bin Laden e as questões legais envolvidas
EUA não tinham certeza de que Bin Laden estava na casa, diz CIA
EUA usaram técnica de tortura para obter informações sobre Bin Laden

"É particularmente importante saber se o planejamento da missão permitia um esforço para capturar Bin Laden", disseram em comunicado os relatores da ONU sobre as execuções extrajudiciais, Christof Heyns; e sobre o respeito dos direitos humanos na luta contra o terrorismo, Martin Scheinin.

Ambos os analistas disseram que as ações dos Estados no combate ao terrorismo, especialmente em casos muito conhecidos, constituem precedentes sobre como se tratará o direito à vida em casos futuros.

Bin Laden foi morto com um tiro de um dos cerca de 20 militares da Marinha dos Estados Unidos que invadiram, em três helicópteros, sua mansão de alta segurança em Abbottabad, cidade a cerca de 50 km da capital paquistanesa. A operação durou 40 minutos e, segundo as autoridades americanos deixou ainda um dos filhos de Bin Laden, uma mulher e dois homens mortos. Nenhum militar americano ficou ferido.

O governo americano admitiu que Bin Laden não estava armado, embora tenham dito que ele ofereceu resistência --e por isso teria sido morto. O fato dele estar desarmado, contudo, levou a críticas e comparações com execução.

Nesta semana, o assessor de contraterrorismo da Casa Branca, John Brennan, negou veementemente as declarações de funcionários do governo de que a missão americana tinha como objetivo matar, e não capturar, Bin Laden. "Se tivéssemos a oportunidade de pegá-lo vivo, pegaríamos".

Os investigadores da ONU reconheceram que em "casos excepcionais, o uso mortal da força pode ser permitido como último recurso, em concordância com os padrões internacionais do uso da força e a fim de proteger a vida". Mas enfatizaram que, por norma geral, os terroristas devem ser tratados como criminosos comuns, detidos conforme a lei e julgados por tribunais.

"A respeito do uso recente de força mortal contra Osama bin Laden, os Estados Unidos devem revelar os fatos para permitir uma avaliação nos termos de padrões internacionais de direitos humanos", disseram.

Navi Pillay, a Alta Comissária da ONU para direitos humanos, também pediu na terça-feira (3) que os EUA esclareçam os detalhes sobre o assassinato, ressaltando que todas as operações de contraterrorismo devem respeitar as leis internacionais.

Editoria de Arte/Folhapress

SEM TIROTEIO

Nesta quinta-feira, novos detalhes divulgados por fontes paquistanesas e americanas revelam que não houve longos tiroteios na operação que matou Bin Laden e seus aliados em uma casa de alta segurança no Paquistão.

O relato oficial dos Estados Unidos sobre a operação, realizada pela força de elite Seals, aponta que os militares encontraram resistência de Bin Laden e de seus aliados na casa de três andares em Abbottabad. Os 40 minutos da operação teriam sido de intensa troca de tiros.

Mas fontes paquistanesas e americanas afirmaram à imprensa que apenas um dos homens presentes na casa estava armado e que ele foi o primeiro a ser morto pelo comando dos EUA.

Segundo as informações não oficiais, publicadas pelo jornal "The New York Times", os mais de 20 membros da Seals rapidamente mataram os poucos homens presentes na casa, restando tempo suficiente para apreender grande quantidade de material no complexo.

Os únicos tiros disparados do lado dos moradores foram no começo da operação, quando o mensageiro Abu Ahmed al-Kuwaiti abriu fogo por detrás da porta da casa de visitas, adjacente à casa onde Bin Laden estava. Depois que os militares mataram Kuwaiti e uma mulher na casa, não receberam mais nenhum disparo.

Quando o comando seguiu para a casa principal, viram o irmão do mensageiro, que acreditavam estar se preparando para atirar. Eles então se anteciparam e mataram-no. Ao subir as escadas da casa de três andares, os militares mataram o filho de Bin Laden, Khalid, enquanto ele se lançava contra a equipe Seal.

Eles seguiram então para o último andar, entraram em um quarto e viram o líder da rede terrorista Al Qaeda com uma AK-47 e uma pistola Makarov ao alcance da mão. Eles atiraram e mataram Bin Laden e feriram a perna de uma mulher que estava com ele.

Com o fim do combate, a equipe procurou e apreendeu cerca de cem pen drives, DVDs e CDs, além de dez HDs e cinco computadores. Levaram ainda pilhas de papéis da casa.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página