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Ao menos 5 são detidos por "voos da morte" da ditadura argentina
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DA ANSA, EM BUENOS AIRES
A Justiça da Argentina mandou deter quatro membros das forças nacionais de segurança e um civil por seus vínculos com os "voos da morte" --crimes cometidos na época da ditadura (1976-1983) em que os militares arremessavam opositores políticos de aviões em pleno voo.
De acordo com a agência estatal Telam, foram presos três pilotos que teriam conduzido o chamado "voo anômalo", do qual, em 14 de dezembro de 1977, foram arremessados os corpos do "grupo de vítimas da Igreja da Santa Cruz".
Os três homens se chamam Alejandro Domingo D'Agostino, Enrique José de Saint Georges e Mario Daniel Arru.
A igreja, localizada no bairro de San Cristóbal, tornou-se um centro de encontros entre militantes contra o regime militar e freiras. Entre 8 e 10 de dezembro daquele ano, os órgãos repressivos surpreenderam uma reunião e seqüestraram seus participantes, enviando-os depois para os voos da morte. Entre as vítimas estavam as freiras francesas Leonnie Duquet e Alice Domon e as fundadoras das Mães da Praça de Maio.
O juiz federal Sergio Torres também emitiu a ordem de detenção do ex-suboficial da Marinha Ricardo Rubén Ormello e do advogado Gonzalo Dalmacio Torres de Toloza. O advogado é o único civil até agora que foi acusado de participação nos "voos da morte" e é acusado de ter estado "fortemente vinculado" às ordenações ao grupo de tarefas que operava no centro clandestino de detenção da Escola de Mecânica das Forças Armadas (ESMA).
O tribunal federal recebeu a informação de que Toloza estaria padecendo de uma grave doença cerebral e, por isso, não teria condições de prestar depoimentos. Uma comissão do tribunal composta por médicos forenses irá ainda hoje para a casa do advogado.
CONFISSÃO
Ele foi denunciado pelo Adolfo Scilingo, ex-capitão da Marinha que cumpre pena de 640 anos por crimes contra a humanidade durante a ditadura. O ex-oficial referiu-se a ele como "o único civil que participava dos "voos da morte" e que serviu ao regime militar como funcionário judicial.
Scilingo foi o primeiro ex-militar a confessar seus crimes perante um tribunal, e em seguida outros ex-repressores seguiram o exemplo, no que foi conhecido como o "efeito Scilingo".
O juiz pretende indagar os detidos ao longo do dia. As investigações e detenções fazem parte do "megaprocesso" que atualmente está nas mãos do juiz Torres sobre "o sistema de eliminação física de pessoas chamado "voos da morte", utilizado na última ditadura militar do país como uma metodologia para desfazer-se das vítimas que antes haviam sido privadas ilegitimamente de sua liberdade" na ESMA.
As vítimas eram escolhidas pelos repressores e "transportadas" --palavra usada pela ditadura para se referir às eliminações-- do centro ilegal de detenção para vários aeroportos ou bases militares com pista de aterrissagem. As pessoas eram levadas para as aeronaves e, quando sobrevoavam o Rio da Prata ou a costa argentina, eram jogadas para o lado de fora.
O caso passa nestes dias por uma etapa de julgamento oral e público no Tribunal Oral Federal Cinco (TOF5).
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