Pais de soldado israelense sequestrado decidem apresentar denúncia na Justiça

Os pais do soldado israelense Gilad Shalit, sequestrado pelo grupo radical palestino Hamas há cinco anos, pretendem apresentar nesta segunda-feira uma denúncia no Tribunal de Paris pelas acusações de captura e sequestro, informa a edição digital de "Le Nouvel Observateur".

Segundo o advogado da família, Patrick Klugman, "todos os meios utilizados até o momento foram revelados insuficientes e chegou a hora da Justiça".

Shalit, que tem nacionalidade francesa, foi sequestrado no dia 25 de junho de 2006 em território israelense, perto da estrada de Kerem Shalom, na Faixa de Gaza, por três milícias palestinas, entre elas a do Hamas.

"Trata-se de um ato criminoso", destacou o advogado. "Shalit está detido em condições tão atrozes que não podem nem ser qualificadas. Não pode ver nem falar com ninguém. O Hamas deve responder seu crime na Justiça", acrescentou.

Para Klugman, os sucessivos fracassos diplomáticos nesse caso, a reconciliação política entre os grupos palestinos Hamas e Fatah e o estado de ânimo do pai, cuja paciência se esgotou após quase cinco anos sem ver o filho, fizeram com que a família tomasse esta atitude.

Os pais do jovem, no entanto, não vão fazer a denúncia contra ninguém em particular, o que, segundo a praxe judicial francesa, traduz-se contra "X", que não identifica o réu.

As brigadas de Ezzedine al-Qassam - braço armado do Hamas - e outras duas facções armadas menores capturaram Shalit em um ataque contra uma base militar israelense e exigiram que Israel liberte mil presos palestinos em troca do soldado.